quinta-feira, 9 de junho de 2011

Silêncio, hospital!


Pode acreditar; não existe nada mais estressante do que passar uma noite em um hospital!
Assim que fica definida a sua internação, vem alguém com uma prancheta e faz uma série de perguntas sobre suas possíveis alergias, doenças, remédios que vem tomando e etc.
Chegando no quarto, eles te dão aquela camisola aberta atrás que deixa você com a bunda de fora, como que dizendo:
_ Daqui pra frente eu sou o dono do teu rabo, e fim de papo.
Quando o seu plano de saúde não dá direito a apartamento, você fica num quarto em companhia de alguém que você nunca viu e que, com certeza, não tem a menor satisfação em te ver.
Assim que você se deita, chega outra pessoa com outra prancheta, fazendo as mesmas perguntas da primeira e, então, você acha que os remédios serão ministrados direitinho, né? Engano, se você não lembrar para que alguém vá dar uma olhadinha em uma daquelas pranchetas, vai passar batido.
Depois chega alguém para medir a pressão, a temperatura, a saturação de oxigênio e a glicemia. Então a pessoa vai embora e você tem que chamá-la para apagar a luz que ela deixou acesa, pois você está com sono. Consegue se ajeitar e quando está no limiar entre a vigília e o sono, a luz é acesa de supetão e aparece alguém para cutucar seu braço para achar uma veia e colocar um equipamento que, segundo ele, vai impedir que você seja cutucado novamente, o que é mentira, porque o equipamento não é de boa qualidade e vive “perdendo” a veia.
Depois do soro colocado, a pessoa vai embora e você acredita que agora poderá dormir. Não levam mais que 15 minutos para a luz ser acesa novamente, você acorda assustado, mas desta vez vão ministrar remédios para o seu companheiro de quarto. Ele reclama que está com sede, pois está em dieta zero e os enfermeiros dizem que nada podem fazer. Então você fica sabendo que também está na tal a dieta zero e já começa a sentir sede.Lá vão eles, mais uma vez esquecem de apagar a luz, você pede, eles demoram um pouco, mas apagam. Então você acha que vai dormir um pouco.
Quando já está quase sonhando com alguma coisa boa para, ilusoriamente, tirá-lo dali, o seu vizinho aciona a campainha para chamar a enfermagem. A luz da campainha fica acesa por cerca de meia hora antes que alguém chegue e o seu companheiro diz que precisa do papagaio para fazer xixi.
Depois de tudo pronto e da saída do enfermeiro, você já começa a descobrir que o soro começou fazer efeito e que você também está precisando do papagaio. Você aciona o botão de chamada e meia hora depois chega alguém para trazer o papagaio.
E assim a noite vai seguindo
Lá pela seis da manhã, as coisas sossegam um pouco e você consegue conciliar o sono.
Porém, as sete, na mudança de turno, alguém entra de supetão no quarto, acende a luz e diz:
_ Bom dia, dormiram bem?
 E eu fico cada vez mais admirado com a capacidade de recuperação do corpo humano, porque, apesar de tudo isso, ele ainda consegue se curar!

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