segunda-feira, 13 de junho de 2011

Coisas da vida


O telefone tocou e Silvio atendeu. Do outro lado, uma voz de mulher, demonstrando nervosismo e insegurança, perguntou:
_É o Sr. Silvio?
Depois da resposta positiva continuou:
_ O senhor não me conhece. Meu nome é Cleonice, mas pode me chamar de Cléo e eu tenho fortes suspeitas de que meu marido e sua esposa estão tendo um caso!
Silvio ficou mudo por alguns segundos e perguntou:
_ Seu marido é o Rogério que trabalha com a Margarete?
Ao receber a confirmação, Silvio continuou:
Eu também já andava desconfiado!
Depois de mais algumas trocas de informações, resolveram se encontrar para resolverem o que iriam fazer.
O encontro aconteceu na praça de alimentação de um shopping. Conversaram bastante e resolveram que iriam seguir juntos aos dois suspeitos amantes.
Na sexta-feira, ao cair da noite, os dois estavam num carro alugado, para não serem reconhecidos, estrategicamente estacionados próximos ao prédio onde trabalhavam Margarete e Rogério.
Os dois colegas de trabalho saíram e foram em direção ao carro de Rogério. Conversavam descontraidamente, demonstrando bastante intimidade. Silvio e Cléo apenas acompanhavam com os olhos, sem dizerem nada.
Quando Rogério e Margarete estavam quase chegando ao carro, aproximou-se uma moça, desconhecida para os dois detetives improvisados, mas deu para perceber que estava pedindo uma carona. Rogério atendeu prontamente, os três entraram no carro e assim que ele arrancou, Silvio e Cléo foram atrás.
Depois de uns 20 minutos, Rogério deixou Cléo em frente ao edifício onde morava e seguiu com a caronista. Silvio quis desistir, mas Cléo pediu que ele continuasse seguindo Rogério. 15 minutos depois, ele deixou a moça em uma praça e seguiu para casa.
Cléo e Silvio concluíram que aquela colega de trabalho poderia ter atrapalhado os planos dos dois amantes e então decidiram que iriam montar campana na sexta-feira seguinte.
Durante a semana, resolveram se encontrar na praça de alimentação do mesmo shopping para trocarem informações sobre suas suspeitas e definirem como realmente agir no caso de conseguirem flagrar os dois. Alguns pontos entre eles não batiam, pois determinadas noites em que Rogério havia chegado mais tarde, Margarete já tinha chegado em casa e o contrário também. Chegaram a pensar que talvez os dois tivessem outros amantes.
Durante aquela semana de confidências Silvio e Cléo foram se conhecendo melhor.
Na sexta-feira seguinte, Margarete ficou muito gripada e não foi trabalhar. Silvio e Cléo resolveram deixar para a próxima, mas continuaram se encontrando para estabelecer os planos e foram ficando cada vez mais amigos.
Chegou a outra sexta-feira e dois detetives improvisados fizeram tudo como da vez anterior
O casal saiu do trabalho, entrou no carro e seguiu em direção a uma área conhecida por abrigar vários motéis. Quando lá chegaram estacionaram em frente a um barzinho e foram em direção a um grupo, que Silvio reconheceu como sendo de colegas de trabalho dos dois.
Ficaram alguns minutos. Margarete pegou carona com uma amiga e Rogério foi embora sozinho.
Silvio e Cléo se olharam aliviados e concluíram que haviam se deixando levar pela imaginação.
Quando Silvio ia ligar o carro para irem embora, olhou para Cléo... Cléo olhou para Silvio e se abraçaram, enquanto se beijavam ardentemente.
O homem ligou o carro e entrou no primeiro motel que encontrou.
O caso deles já dura 3 anos.

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