segunda-feira, 20 de junho de 2011

O amor pode levar à morte


Do fim do Renascimento até meados do século XVIII, o amor apaixonado era considerado como uma doença. Chegou a ser visto como uma ameaça à sobrevivência da espécie humana.A moléstia foi descrita como uma infecção que era contraída pelos olhos, que se instalava no coração, escravizava o cérebro e poderia até levar à morte.
Eu não estou inventado, pois essas e outras maluquices mais, podem ser lidas num documento médico da época.
Para combater o terrível mal, recomendavam-se comer muita alface, tomar banhos gelados e massagear os órgãos genitais com um determinado ungüento. Eu acredito até que na hora de esfregar os tal ungüento, o pessoal fazia isso com uma sofreguidão exagerada, porque afinal, mesmo naquela época, ninguém era de ferro.
Recentes experiências realizadas por um grupo de pesquisadores norte-americanos, utilizando máquinas capazes de mostrar o funcionamento cerebral, comprovaram que o amor apaixonado ativa as áreas mais primitivas do cérebro. São áreas encontradas até nos cérebros dos répteis. Esse estudo mostrou que apaixonar-se é mesmo um dos mais irracionais comportamentos humanos.
Sem querer desmerecer os cientistas, pra mim, isso não é nenhuma novidade, pois pude comprovar, em várias ocasiões de minha já extensa vida. E posso garantir que quando eu me sentia acometido da tal doença não era bem alface que eu comia, o banho podia ser até gelado, mas era bem acompanhado numa banheira de hidromassagem e, em várias ocasiões, tive que usar um ungüento chamado vaselina. Também é verdade que nas minhas últimas paixões, o tal ungüento foi substituído por um outro chamado KY.
Mas voltando à pesquisa, os norte-americanos mostraram que as sensações intensas relacionadas ao amor se alojam no centro do cérebro, em regiões responsáveis pelo sistema de recompensa cerebral. Elas são ativadas de maneiras idênticas à quando se mata a fome ou a sede, ou da satisfação experimentada por um dependente químico ao consumir a droga.
E o amor provoca ainda mais: faz o coração bater mais rápido, as pupilas dilatarem, a pressão arterial subir, a temperatura variar, as mãos tremerem e o estômago apertar.
Porém, uma paixão tem um tempo pré-determinado para acabar; algo em torno de 36 meses, mesmo porque, se a paixão durasse muito mais tempo, o organismo humano entraria em total colapso.
O problema é que quando o prazo de validade se esgota, normalmente, os apaixonados já estão casados.
Então, podemos chegar à conclusão de que os médicos antigos tinham alguma razão: o amor apaixonado pode levar à “morte” mesmo!

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