Sabe, eu ando com muita saudade de um bom filme de cowboy! Ou western, ou faroeste, ou bang-bang, não importa como você queira chamá-lo. Não agüento mais ver, nem mesmo as chamadas, desses filmes “estrelados” por esses debilóides musculosos e indestrutíveis, ou cheios de efeitos especiais saídos do mundo virtual dos computadores. Eu tenho a impressão de que, com o tempo e o avanço cada vez mais rápido da informática, atores e atrizes serão coisas do passado. Os programas de computadores, cada vez mais aperfeiçoados, poderão chegar ao ponto de criarem personagens cibernéticos idênticos aos seres humanos. E a partir daí os “absurdos” que poderão fazer nas telas são inimagináveis. E pensar que achávamos que um “mocinho” dos filmes de cow-boy conseguir acabar com um bando de bandidos usando apenas um Colt 44 de seis balas já era um exagero! Tenho saudade de sentir a tensão e a expectativa que antecediam ao duelo entre o xerife e o fora-da-lei, mesmo sabendo que o bem venceria o mal e o filme já estaria partindo para o indefectível “The End”, depois de um beijo entre o “mocinho” e a “mocinha”. Mas, como tantas coisas, parece que esse gênero de filme também é coisa do passado, como se o passado fosse algo a ser desprezado e esquecido. E levado pela minha saudade me vejo trajando paletó e gravata, entrando no antigo Cine Centenário, em Ribeirão Preto, e pisando nos seus tapetes vermelhos em busca de uma poltrona bem posicionada. A música de fundo, orquestrada e suave, sai dos alto falantes num volume bem baixo, mas o respeitoso silêncio da platéia permite que ela seja ouvida perfeitamente. De repente “explodem” os acordes da introdução da música “Till”, com a orquestra do canadense Percy Faith. A sessão começa. E foi nesse clima que assisti ao filme “7 Homens e um Destino” (The Magnificent Seven - 1960), aquele que tinha um tema musical composto Elmer Bernstein (que ganhou o Oscar em 1961) e que acabou virando trilha para os comerciais dos cigarros Marlboro. E ao me lembrar do filme, me lembrei também dos 7 atores principais e constatei que apenas 2 dos “magníficos” ainda estão vivos. Steve McQueen morreu em 1980; Yul Brynner em 1985, Brad Dexter e James Coburn morreram em 2002 e Charles Bronson em 2003. Apenas Eli Wallach, hoje com 95 anos e Robert Vaughn com 78 anos ainda estão por aqui e, claro, sem a menor condição de sacar uma arma com a rapidez necessária para vencer o mal. Talvez por isso o mal travestido de bem é quem domina as telas dos cinemas, muito mais interessados em vender pipocas do que em proporcionar um verdadeiro entretenimento. Sim, tenho muita saudade de um bom filme de cow-boy! Pensando bem, talvez nem seja tanto dos filmes, mas da época em que eles faziam sucesso.
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