segunda-feira, 4 de julho de 2011

Revisando as “pérolas” dos vestibulandos


Por várias vezes, eu recebi, por e-mail, ou ouvi na abertura do Programa do Jô, as “pérolas” que teriam sido produzidas por alunos em diferentes provas de vestibulares.
Não sei se todo aquele absurdo é verdadeiro ou se, a partir de algumas frases que provocaram risos (quando deveriam provocar choro), resolveram criar outras ainda mais esdrúxulas, afinal criar apócrifos é a coisa mais comum na Internet. Mas para ser honesto, algumas dessas frases, se analisadas com profundidade, ou por outro prisma, não são tão fora de propósito assim.
Vou dar alguns exemplos.
Alguém teria respondido que “bigamia era uma espécie de carroça puxada por dois cavalos”. O aluno em questão confundiu a biga romana com bigamia. Porém, ele não estava tão longe da verdade, já que, na realidade, bigamia são duas carroças puxadas por um só burro.
Outra que, se vista por uma ótica diferente, não foge tanto da verdade:
“A Previdência Social assegura o direito à enfermidade coletiva”.
Convenhamos que, com o atendimento (ou o desatendimento) que é dado hoje ao cidadão através do SUS, essa frase não é tão absurda assim.
Vamos analisar outra:
“O principal matrimônio de um país é a educação”.
Está claro que o vestibulando confundiu patrimônio com matrimônio, mas não podemos negar que se nosso país tivesse contraído matrimônio com esse patrimônio, hoje as coisas poderiam ser bem diferentes.
Existem outras frases que demonstram que o aluno pelo menos leu a respeito:
“Na Grécia, a democracia funcionava muito bem porque os que não estavam de acordo se envenenavam”.
Ele demonstrou saber que a democracia nasceu na Grécia antiga e que, Sócrates, por se colocar contrário ao governo de sua época, acabou sendo condenado a se envenenar tomando cicuta. Está certo que confundiu espingarda de caçar rolinha com espinafre de caçarolinha, mas, tudo bem.
E existem outros casos em que as frases precisam ser analisadas através da licença poética ou até simbólica.
Ao se pedir que os vestibulandos dissertassem sobre um pôr-do-sol em janeiro, um deles escreveu isso:
“Numa manhã clara, luminosa e cheia de encantos, nasce um pôr-do-sol”.
Ora, para se morrer é preciso nascer, ou seja, a nossa morte só é possível pelo nosso nascimento, assim sendo um pôr-do-sol nasce ao amanhecer.
Pô, o aluno é um poeta e ninguém percebeu! Que falta de sensibilidade!
E para encerrar, vamos pegar essa frase:
“O Sol é o maior planeta existente no universo”.
Se tivermos toda boa vontade e analisarmos com profundidade pelos mais diferentes prismas, podemos concluir que... esse é burro mesmo e tem tudo para chegar a presidente.

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