terça-feira, 26 de julho de 2011

Rio 2016


Tem muita gente preocupada com a realização da Copa do Mundo aqui no Brasil, em 2014, e com os Jogos Olímpicos no Rio, em 2016. Eu, pra ser honesto, depois da participação da seleção na Copa America, comecei a me preocupar com a Copa do Mundo, seja lá onde ela possa ser realizada.
Porém, em relação aos Jogos Olímpicos de 2016, eu estou até bastante otimista e acho que o Brasil poderá sair-se bem em várias modalidades.
Vou dar alguns exemplos.
No remo, existem as categorias dois sem patrão, quatro sem patrão e etc. Poi, o nosso país teria atletas de sobra para esta modalidade, porque o que mais existe aqui é gente sem patrão e remando contra a maré.
No boxe, também teríamos enormes chances de medalhas, porque ninguém agüenta mais assaltos do que o brasileiro!
No atletismo, então, poderíamos dar uma lavada em qualquer país, já que para as corridas estamos mais do que preparados, já que vivemos correndo atrás para tentar recuperar o prejuízo.
No salto em altura, estamos mais do que treinados, porque vivemos pulando de raiva cada vez que o governo anuncia aumento das tarifas de energia elétrica, telefone e tantas outras tarifas públicas.
No salto com vara, a gente pode não se dar bem, porque esta modalidade exige que a atleta corra com a vara na frente e a gente só corre com a vara atrás.
No hipismo, também poderíamos ter problemas, porque brasileiro vive caindo do cavalo, principalmente quando se enche de esperança.
Na maratona, tenho certeza de que ficaríamos com ouro, prata e bronze, porque brasileiro corre uma maratona por dia para tentar pagar as contas que ficam cada vez maiores, enquanto os rendimentos ficam cada vez menores.
Outra modalidade em que já temos nos saído bem e que poderíamos nos sair melhor ainda é a do tênis de mesa, principalmente se nossos atletas se inscrevessem como bolinhas de ping-pong, porque ninguém mais no mundo está tão acostumado a levar tantas raquetadas quanto nós.
No levantamento de pesos, também teremos grandes chances, afinal estamos acostumados a carregar nas costas o peso de um Congresso, dos juros e dos tributos impostos por governos que gastam cada vez mais e fazem cada vez menos.
Enfim, teremos grandes chances de nos sairmos melhor do nunca.
Isto é, se, até lá, o Rio já não for totalmente dominado pelos traficantes e se o COI conseguir autorização dos chefões para a realização dos jogos.

Pré-conceito


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma gaiola. No centro foi colocada uma escada e, nela, um cacho de bananas. Quando um dos macacos subiu na escada para pegar as bananas, os cientistas lançaram um jato de água fria nos que estavam no chão.
Esse processo foi repito várias vezes.
Depois de certo tempo, quando um dos macacos tentava subir na escada, os outros o agarravam.
Passado mais algum tempo, nenhum dos macacos tentou subir na escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos macacos.
A primeira coisa que ele tentou fazer foi subir a escada, no que foi imediatamente impedido pelos outros. Depois de algumas tentativas, o novo integrante do grupo não tentou mais.
Um segundo macaco foi substituído e aconteceu a mesma coisa.
Um terço foi mudado e repetiu-se o fato.
Finalmente, o último do veterano foi substituído. Os cientistas comprovaram que mesmo que nenhum deles tivesse tomado um jato d’água, continuaram impedindo que qualquer novo macaco tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a alguns deles por que eles impediram os que tentaram subir a escada, com certeza a resposta que seria:
_ Ora, as coisas sempre foram assim por aqui!
Esta é uma descrição científica de como se cria um preconceito: Opinião ou sentimento concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão.
Talvez por sermos descendentes dos símios, ou talvez por ser mais cômodo aceitarmos convenções, nós também agimos assim.
Até há pouco tempo, era comum a crença de que misturar manga com leite poderia matar. Esta idéia foi criada pelos senhores de escravos para impedirem que os negros roubassem leite. Como a manga era farta e fazia parte da alimentação dos escravos, eles não bebiam o leite com medo de morrerem. O preconceito foi assimilado e difundido e, com isso, ninguém questionava se era verdade, simplesmente agia dessa forma. Afinal:
_ Ora, as coisas sempre foram assim por aqui!
E assim, podemos citar uma série de preconceitos:
Todos judeus, árabes, escoceses e holandeses são avarentos,
Todos portugueses são burros,
Todos orientais são inteligentes (mesmo sendo positivo, trata-se de um preconceito),
Todas as mulheres não sabem dirigir,
Todos os dançarinos são bichas.
E não adianta que se encontrem vários judeus, árabes, escoceses e holandeses mãos-abertas, centenas de portugueses gênios, uma infinidade de orientais com Q.I. baixíssimo, milhares de mulheres que sejam exímias motoristas e uma porção de dançarinos comprovadamente heterossexuais com esposas, filhos e tudo mais; as idéias preconcebidas vão continuar se impondo ainda por muito tempo.
E tudo isso comprova o que disse Albert Einstein:
“É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Lavagem cerebral


Muitas vezes, eu me perguntei por que o povo brasileiro é tão cordeiro e, por isso, tão facilmente dominado e manipulado. O que existe na nossa cultura que faz com que nossa gente tenha tanto medo em fazer prevalecer os seus direitos?
E cheguei à conclusão de que nós sofremos uma lavagem cerebral, desde a mais tenra infância para sermos assim.
Como?
Simples; com as canções de ninar!
Vamos analisar as canções que foram tão utilizadas para nos ninar.
“Nana neném que a Cuca vem pegar...” Ou seja, trata de dormir logo e parar de encher o saco, senão vem aí uma tal de Cuca e leva você.
Ou ainda: “Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta”! Viu? Puro terrorismo!
Como a Sociedade Protetora dos Animais pode querer que alguém seja bom com os animais, se cresceu ouvindo uma coisa assim:
“Atirei o pau no gato-to-to. Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu. Dona Chica-ca-ca admirou-se-se. Do berrô, do berrô que o gato deu. Miaaau”!
Se a tal da Dona Francisca curtiu o sofrimento do coitado de felino, então imagine a índole do cara que canta:
“Vem cá, Bidu! Vem cá, Bidu! Vem cá, meu bem, vem cá! Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá! Tenho medo de apanhar”
O Bidu, seja lá que animal é, já sabe que, se for lá, leva pancadas e o sádico fica chamando o coitadinho de meu bem, só pra atraí-lo!
Quer ver outra ameaça explícita, para que sejamos “bonzinhos” desde crianças?
“Marcha soldado, cabeça de papel! Quem não marchar direito, vai preso pro quartel”. A mensagem subliminar é: ou faz tudo certinho ou se ferra, meu!
Pra mostrar que você é, e sempre será um incompetente, por isso precisa ser comandado, tem essa:
“A canoa virou, quem deixou ela virar? Foi por causa do (nome de alguém) que não soube remar”.
E para que nós nos preparássemos para o que seria o sistema publico de Saúde nos dias de hoje, tinha essa:
“Samba-lelê tá doente. Tá com a cabeça inchada. Samba-lelê precisava. É de umas boas palmadas”. Pô, quem está com doente e com a cabeça inchada precisa é de cuidados e não de palmadas! Mas como podemos acompanhar, são, exatamente, palmadas que recebe a maioria que procura socorro na Saúde Pública.
Também tem aquela que já nos preparava para aceitar as diferenças sociais, sem revolta:
“Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré, marré, marré. Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré de si. Eu sou rica, rica, rica, De marré, marré, marré. Eu sou rica, rica, rica, De marré de si”.
Enfim, está explicado porque já crescemos aceitando tudo e acreditando que se é assim é porque tem que ser assim. Passamos toda a infância sofrendo uma lavagem cerebral que nos induziu a acreditar nisso, como verdadeiros “escravos de Jô que jogavam caxangá”, seja lá o que for essa porra de caxangá!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dando asas à imaginação


Você se lembra que, há uns quatro anos, até o Chapolin e o Chaves foram acusados de terem ligação com o narcotráfico?
Se você não se lembra, eu explico.
Fernando Rodriguez Mondragón, filho do ex-líder do cartel de Cali, Gilberto Rodriguez Orejuela, em 2007, lançou um livro chamado “El hijo del ajedrecista” (O filho do Enxadrista), onde afirmava que Roberto Gómez Bolaños, criador do Chaves e do Chapolin, teria tido ligações com o seu pai.
É claro que, na época, Bolaños soltou nota desmentindo tudo.
Mas, ao me lembrar disso, não pude impedir que minha imaginação voasse.
Se Chaves e Chapolin, personagens infantis, teriam ligação com o narcotráfico, outros também poderiam estar envolvidos!
Então já começo a desconfiar daquele tal “pó mágico” da fadinha Sininho, que fazias as pessoas “voarem”!
Aquele Coelho Maluco, de Alice no País das Maravilhas, eu acho que exagerava nas doses, por isso estava sempre agitado daquele jeito, correndo de um lado para outro!
E o Dunga dos sete anões? Tinha aqueles olhos estatelados não era à-toa!
O Feliz, então, nem precisa dizer, né? Estava sempre bem, curtindo numa “nice”!
O Zangado, eu já acho que era crise de abstinência.
E quanto aos outros anões, eu penso que não ficavam atrás, porque trabalham numa mina que já tinha diamantes lapidados! Tem que estar muito louco pra ver aquilo!
O sono da Bela Adormecida, eu posso até acreditar que era, na realidade, um coma profundo ocasionado por uma overdose!
E na história do Dumbo?
Eu acredito que todos os personagens eram chegados na “coisa”, porque pra conseguir ver um elefante voar tem que estar muito “doidão”!
Aquela imensa fortuna do Tio Patinhas até hoje ninguém explicou direitinho! De onde veio?
Ali tem, ô se tem! Acho que ele era o chefão do tráfico!
Não quero ser exagerado na minha imaginação, mas para acreditar que uma abóbora pode se transformar em uma maravilhosa carruagem e ratinhos em lindos cavalos brancos, a Cinderela deve ter usado coisa muito “pesada”.
E o efeito tinha hora marcada pra se acabar: meia-noite!
E aquele garoto chamado João? Aquele que trocou a vaquinha por alguns grãos de feijão?
Pô (eu disse pô e não pó), mesmo um desconhecido tendo garantindo que eram feijões mágicos, o João tinha que estar “mucho loco” pra aceitar a troca!
Pois é, se o Chaves e o Chapolin, realmente estiveram envolvidos com o mundo das drogas dá pra acreditar em tudo.
Mas acho bom eu parar por aqui, senão a imaginação do leitor também começa a voar e pode achar que, pra conseguir imaginar tudo isso, eu também não sou lá muito confiável, né?

Jesus com jeitinho brasileiro


Então, eu fiquei imaginando como seria se Jesus tivesse sido brasileiro.
Influenciado pelos usos e costumes de nosso povo algumas coisas teriam sido diferentes, não é?
Por exemplo, Jesus não teria doze apóstolos, mas, pelo menos uns quarenta. Mas, não seriam chamados de apóstolos e sim de assessores. E também, com certeza, entre eles teriam alguns parentes de Maria Madalena, algum sobrinho de Lázaro ou um filho de José de Arimatéia.
Quando fosse perguntado sobre a moeda que tinha a esfinge de César, Ele também diria:
_ Daí a César o que é de César!
Mas, logo em seguida, um dos assessores aproveitaria um momento de distração do Mestre para dizer:
_ Porém, não esqueça nossos 20%, tá?
Na passagem da mulher adultera, quando Jesus dissesse “quem estiver livre de pecado que atire a primeira pedra”, uma enorme acertaria a cabeça da coitada tendo, sido lançada por um petista fanático, porque parece que eles realmente ainda acreditam nisso!
Os milagres teriam acontecido em muito maior número, porque, sendo Ele de um país onde um simples cidadão já faz um milagre por dia para poder sobreviver, imagine então o Mestre!
E falando em milagres, assim que Jesus realizasse o da multiplicação dos peixes, já viria alguém do Greenpeace ou de outra organização semelhante para ver se não eram peixes transgênicos e tentar proibir o seu consumo. Sem contar o IBAMA que exigiria que Jesus mostrasse sua licença de pesca.
Nem posso imaginar o que aconteceria se fosse à época da piracema.
Assim que transformasse água em vinho, alguns donos de postos procurariam por Ele, perguntado se Jesus poderia transformar água em álcool hidratado em 100%, porque numa proporção de 50%, eles mesmos já seriam capazes.
Na ceia, não teríamos pão e vinho, mas picanha e cerveja. E ela seria realizada em alguma chácara com piscina.
Outra coisa que seria diferente: o julgamento.
Não seria sumário como foi, com um Pilatos lavando as mãos. Demoraria anos e anos, passando de instância a instância, com muitos Pilatos “molhando” as mãos.
A crucificação não aconteceria numa Sexta-Feira Santa, porque, sendo feriado, ninguém trabalharia naquele dia. E quando ela acontecesse, teríamos apenas uma cruz sobre o monte, porque os verdadeiros ladrões no Brasil nunca são condenados.
A Globo teria exclusividade na transmissão do evento, com narração de Galvão Bueno e comentários do convidado especial, Padre Marcelo Rossi.
Você pode até estar achando que isso é uma heresia e, então, eu pergunto: Existe heresia maior do que a afirmação de que Deus é brasileiro, sendo o nosso país injusto como é?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Palavras não caem do céu


Várias vezes já me perguntaram sobre como se desenvolve o processo criativo, quando preciso escrever um texto, ou me proponho a compor uma música.
Eu poderia responder de forma convencional, ou poética e dizer que aproveito um momento de inspiração.
Tenho certeza que a maioria dos perguntadores se daria por satisfeita.
Mas, na verdade, não é isso que acontece. Pelo contrário, na maioria das vezes eu faço isso em momentos de grande transpiração, principalmente quando o trabalho precisa ser feito e tem prazo para ser entregue.
Por exemplo, por que escolhi este tema para este texto?
Exatamente porque sentei-me frente ao computador e não tinha a menor idéia (ou inspiração) para nada que valesse a pena.
Mas, enquanto digitava as primeiras palavras e elas formavam frases no meu monitor, lembrei-me de Johann Guttenberg, considerado como o pai da imprensa.
O interessante é que a arte da impressão nasceu em seu zênite (o ponto mais elevado que se pode atingir), pois o primeiro livro impresso, a Bíblia de Guttenberg, é considerado o mais belo já produzido. Foram impressos 300 exemplares, com quase 1.300 páginas, com 42 linhas em latim em cada página e está, até hoje, entre os livros mais valiosos do mundo.
Para se ter uma idéia, em 1970, um exemplar dessa famosa Bíblia foi vendido por 2,5 milhões de dólares. E o que pouca gente sabe é que Guttenberg criou o mais belo e famoso livro do mundo, mas não chegou a publicá-lo. O alemão havia se endividado muito para realizar seu trabalho e estava sendo processado. Perdeu a causa e foi obrigado a entregar suas ferramentas e suas prensas, tendo assim que renunciar à honra de publicar a mais bela obra impressa em todos os tempos.
Hoje, existem apenas 48 exemplares. Este número inclui dois que estavam na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e que estão desaparecidas, mas que, no entanto, os bibliófilos acreditam que elas estejam a salvo.
Bem, até aqui eu consegui escrever 329 palavras, mas para que este artigo esteja completo eu preciso escrever entre 450 e 500 palavras.
Com esta explicação eu já cheguei a 353 palavras. Isso significa que terei que arrumar algum gancho para abordar um tema, relativamente ligado ao inicial, para atingir meu objetivo.
E como estamos falando de escrever e de livros, lembrei-me que o Pi, a razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro, foi calculado por um computador, em 1970, em até um milhão de decimais pelos matemáticos franceses Jean Guilloud e Martine Bouyer. O valor foi publicado em um livro de 400 páginas que é, sem dúvida, muito importante, mas que pode ser considerado como o livro mais aborrecido do mundo.
E por que eu inclui esse tal Pi na nossa conversa?
Porque, se você considerar que o tema que resolvi abordar hoje é um pouco chato, lembre-se que poderia ser muito pior: você poderia ter que ler as 400 páginas do livro Pi.
Enfim, com esse papo todo, consegui, até agora, 499 palavras e posso terminar.
Como você pode ver, se eu fosse esperar a tal da inspiração para redigir um texto, minha produtividade seria menor, meu ganho idem e meus credores não entenderiam nunca.

PSO – Um partido que está na boca de todos


Você pode não acreditar (aliás, às vezes, nem eu acredito), mas eu assisto sempre ao Horário Eleitoral pela TV, pois, eu acho que essa é uma das obrigações de todo eleitor de voto obrigatório. Mas, tenho que concordar que o papo dos candidatos está mais ultrapassado do que pote de vaselina em bagagem de noivo em lua de mel, nos dias de hoje.
Às vezes eu tenho a impressão de que estou dentro de um bingo, frente às tantas dezenas que vão aparecendo na telinha: 11, 12, 13, 15, 23, 25, 26, 33, 45,56 e etc. E talvez seja exatamente por isso que eu tenho sempre a impressão de que, mais uma vez, vou sair perdendo!
Eu me pergunto: se todos eles têm a solução para a saúde, a segurança, a educação e o desemprego, por que será que os que estão atualmente no poder não a encontram?
Será que todos eles são competentes só enquanto estão fora do governo?
Tem sempre alguém falando em aumento do salário mínimo acima de R$ 1.500,00 (o que seria justo), com 35 horas semanais de jornada de trabalho (o que seria ótimo), mas não explicam como pretendem fazer.
Eu me lembro de uma passagem do velho Mané Garrincha, quando um treinador disse que ele deveria driblar o lateral, passar a bola entre as pernas do zagueiro, dar um corte no que viesse na cobertura e cruzar para a cabeçada do centroavante.
E o Mané perguntou:
_ Mas já está tudo combinado com os adversários, né?
Então eu pergunto:
_ Já está tudo combinado com os patrões, né?
E como têm candidatos! Parece que tem um candidato para cada eleitor!
Foi por tudo isso que eu resolvi criar um partido e também receber um número para disputar as próximas eleições.
Como tudo fica só no blá-blá-blá mesmo, parecendo uma verdadeira orgia oral, eu vou fundar o PSO – Partido do Sexo Oral.
É claro que o número do meu partido será 69.
Tenho certeza que vamos virar esse país de cabeça pra baixo, ou de pernas pro ar, se você preferir.
Vamos botar a boca no trombone, aliás, apenas a ala que optar pelo trombone porque, democraticamente, cada um vai botar a boca onde quiser!
Ao contrário de certo partido que tem por aí, onde parece que todo mundo tem a língua presa, no PSO só aceitaremos quem tem a língua solta.
Nosso lema será: Para receber na mesma medida em que você dá, vote 69!
Vamos fazer um comercial antecedendo o período eleitoral dizendo ao eleitor:
_ Se alguém perguntar em quem você vai votar, diga de boca cheia: PSO – 69.
Durante o Horário Eleitoral, nossa plataforma será: Você pode continuar com a barriga vazia, mas a boca...
Enfim, como todos os partidos nanicos, sei que não vamos pra lado nenhum, mas tenho certeza de uma coisa: o horário eleitoral vai ficar bem mais divertido, é ou não é?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pirataria Federal


Então eu fui rever Brasília.
Havia vários anos que eu não ia até nossa Capital e resolvi ver de perto todo o seu crescimento.
Fora da área em que faz parte o "País das Maravilhas", de muitas "Alices" e de algumas "Rainhas de Copas", eu encontrei uma cidade acolhedora, de gente como a gente batalhando pra ganhar a vida.
E, é claro, como em todas as cidades brasileiras, o desemprego também fez com que aparecessem os camelôs, que lá na Capital Federal, talvez ainda influenciada pelo tucanês que girou por lá por oito anos, são chamados de "intermediários autônomos no comércio de mercadorias alternativas".
Passei por uma avenida cheia deles e tenho até a impressão que aquela cópia pirata do filme "Os 2 filhos de Francisco" que o então presidente Lula assistiu no avião (pirataria aérea?) deve ter sido adquirida por ali.
Porém, o que mais me chamou atenção e me deixou admirado foi ouvir um deles apregoando:
_ Deputados, deputados! Aqui na minha mão é mais barato! Quem quer comprar deputado?
Eu não resisti, me aproximei e perguntei:
_ Mas esses deputados são originais?
O rapaz deu uma risadinha e respondeu:
_ Deputado original é a coisa difícil de encontrar, senhor. Deputado original não tem dinheiro que compra, não!
_ Então esses são todos piratas? - perguntei
_ Com certeza - respondeu ele - piratões autênticos.
Eu então quis saber:
_ Todos têm o mesmo preço?
_ A maioria sim - explicou ele - mas tem alguns que custam bem mais caro, porque são os mais cotados para chegarem a ministro.
Eu disse que iria pensar um pouco e que voltaria no dia seguinte se resolvesse comprar algum.
O rapaz deu uma gargalhada e explicou:
_ Se o senhor voltar amanhã não vai encontrar nenhum mais!
Eu admirei e perguntei:
_ Você acha que vai vender todos hoje?
E ele:
_ Não, senhor! É que amanhã é sexta-feira. Se o senhor quiser comprar algum, vai ter que esperar até terça-feira da semana que vem. E bem no finalzinho da tarde!
Eu agradeci e continuei o meu caminho. Não comprei nenhum, porque pensei bem e concluí:
_ Afinal, o que eu iria fazer com uma porcaria daquelas!

Chá das 5


A palavra "FUCK", que em inglês significa "transar", para não usar uma mais pesada, segundo uma etimologia falsa, teria derivado, na Inglaterra, de "Fornication Under [the] Consent [of the] King", literalmente: "Fornicação Sob o Consentimento do Rei". Dizem que essa frase era colocada à porta da casa de um casal que tinha autorização real para fazer o que é um direito natural de todos os animais.
E por que me lembrei disso?
Devido a duas notícias recentes.
A primeira, falando uma pesquisa, feita na Inglaterra, em que a maioria afirmou que trocaria sexo por uma TV de 50 polegadas!
E a segunda, que o Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) do Reino Unido informou, em seu site, que a atividade sexual, encarada como exercício, pode diminuir o risco de ataques cardíacos e fazer com que as pessoas vivam mais.
Ou seja, tendo por base a etimologia falsa, a palavra poderá mudar agora para "FUIG": "Fornication Under Incentive Governmental", ou seja: "Fornicação Sob incentivo Governamental".
Com base nisso, fiquei imaginando a conversa de três amigas britânicas num ponto, à espera do double - bus.
A primeira:
_ Do seu marido mede quanto?
A segunda:
_ 29’.
E a terceira:
_ Do meu marido mede 50’.
Qualquer ator de filmes pornôs se sentiria diminuído, se ouvisse essa conversa e não soubesse que elas estariam se referindo às polegadas das TVs de seus respectivos esposos.
Outra coisa que eu fiquei pensado. Por que os ingleses preferem uma TV de 50 polegadas a sexo, ao ponto de o governo precisar incentivar?
E não precisei pensar muito.
Imaginei que, com a famosa fleuma (pra mim pode ser traduzido por frieza mesmo) britânica, as coisas aconteceriam mais ou menos assim:
07h46min. Um casal toma o desjejum, antes do marido sair para o trabalho.
Man: _ Darling!
Woman: _ Yes, dear!
Bem, agora vou escrever em inglês, mas com tradução simultânea.
Homem: _ Hoje é sexta-feira, você não acha que poderíamos fazer sexo?
Mulher: _ Se você acha que é um bom dia para isso, poderemos exercer essa função.
Homem: _ Você prefere depois do chá ou depois do jantar?
Mulher: _ Vamos fazer depois do chá, porque depois do jantar vamos ver um show bem mais emocionante na TV.
Homem: _ À qual atração você se refere, my dear?
Mulher: _ Uma corrida de caramujos em Bora-Bora!
Homem: _ Tem razão, não podemos perder isso por nada. Então estamos combinados. Depois do chá, às 17h53min?
Mulher: _ Perfeito, porque eu tenho manicure às 17h57min.
O homem se levanta, pega sua pasta e seu guarda-chuva, e, após oscular a face da esposa, sai em direção à estação para tomar o trem das 07h57min.
Com toda sinceridade, você acha que há tesão que resista a algo assim?

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O Mala



Você não conhece o Malaquias, né? Sorte a sua!
Aliás, nunca vi um nome tão apropriado para alguém! Só que deveria ser escrito em separado: “Mala” Quias! Porque o cara é um “mala” sem igual! E o pior é que ele se acha tremendamente engraçado; o maior humorista de todos os tempos.
Outro dia, eu estava numa lanchonete e ele chegou de supetão, já perguntando:
_ O que dá o cruzamento de pão, queijo e um macaco?
Eu fiquei sem resposta, e ele:
_ Um X-panzé!
E caiu numa tremenda gargalhada para, em seguida, continuar:
_ Por que não é bom guardar o quibe no freezer? Porque lá dentro ele esfirra!
Enquanto ele ria a riso solto, a balconista me serviu o refrigerante que eu havia pedido, e ele não desperdiçou o mote:
_ Por que a Coca-Cola e a Fanta se dão muito bem? Porque se a Fanta quebra a Coca Cola.
Pois é, o Malaquias é assim, quando pega um tema, parece uma metralhadora giratória. E enquanto eu tentava mastigar o meu pastel, ele continuou despejando:
_ O Batman pegou seu Bat-sapato social e seu Bat-blazer. Aonde ele foi?
Mais uma vez eu disse que não sabia, e ele:
_ A um Bat-zado.
E foi em frente:
_ Por que o Batman colocou o Batmóvel no seguro? Porque ele tem medo que o Robin.
_ Como o Batman faz para que abram a Bat-caverna? Ele Bat-palma.
Enquanto eu tentava dar um sorriso amarelo, misturado com o queijo do meu pastel, Malaquias gargalhava como se tivesse ouvido (e não contado) a melhor piada do Mundo.
Ele tomou fôlego e mandou:
_ O que o tomate foi fazer no banco? Foi tirar extrato.
Antes que eu pudesse respirar, ele mandou:
_ E que o cavalo foi fazer no orelhão? Passar um trote.
Eu tentei mudar o rumo da conversa perguntando o que ele tinha achado do resultado da Seleção Brasileira, mas o cara nem me ouviu, deu uma fungada estranha e seguiu:
_ Dois litros de leite atravessaram a rua e foram atropelados. Um morreu, o outro não, por quê? Porque um deles era Longa Vida.
Nisso, entrou o Rodrigo, que é advogado. Quando viu o Malaquias, quis fugir, mas não deu tempo. O “Mala” o pegou pelo braço, perguntando:
_ O que o advogado do frango foi fazer na delegacia?
O Rodrigo me olhou pedindo socorro, mas eu deixei claro que não tinha o que fazer e o Malaquias respondeu:
_ Foi soltar a franga.
Em seguida, ele olhou o relógio e comentou que tinha que ir, pois já estava atrasado.
Enquanto eu e o Rodrigo respirávamos aliviados, ele mandou a "saideira":
_ Por que bebê de proveta nunca poderá se tornar um bom humorista?
Como não respondemos nada, ele completou:
_ Porque ele não foi gozado.
Assim que ele saiu, eu e o Rodrigo ficamos um tempo calados, curtindo o delicioso momento. Em seguida o Rodrigo falou com ar sério:
_ Eu não sabia que o Malaquias foi um bebê de proveta!
E, finalmente, nós dois caímos numa gostosa gargalhada.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A criação


Sempre foi aceito como sendo verdadeiro que Deus criou o homem e depois, de sua costela, criou a mulher. Até que eu veja um atestado registrado em cartório celeste, assinado por Deus, com firma reconhecida e com duas testemunhas, que não sejam Adão e Eva, porque são partes interessadas, eu me reservo o direito de duvidar.
Outro dia, eu comentava sobre essa minha dúvida com uma amiga e ela me garantiu que estou certo em não acreditar, porque foi encontrado um pergaminho, mais antigo do que políticos prometendo soluções para os problemas da população e tão secreto quanto às verdadeiras intenções dos mesmos, onde aparece outra versão sobre a criação do ser humano.
Após exaustivas traduções, já que o idioma utilizado era mais desconhecido do que o utilizado por economistas para explicar porque as taxas de juros e os impostos são tão altos no Brasil, os tradutores concluíram que o pergaminho diz o seguinte:
Lá no Paraíso, certo dia, Eva chamou por Deus e disse:
_ Eu tenho um problema! Você me criou, me deu esse formoso jardim, todos esses maravilhosos animais, inclusive essa serpente que me faz dar gargalhadas, quando quer me iludir com suas artimanhas tão amadoras que eu não as teria usado nem se um dia tivesse sido criança, mas mesmo assim eu não sou feliz.
E Deus disse:
_ Bem Eva, nesse caso eu vou criar um homem para você.
Eva quis saber o que era um homem e Deus explicou:
_ Um homem é uma criatura imperfeita, com muitas artimanhas, mentiras e trapaças que, eu acredito, que vai te trazer muitos problemas. Mas como vou fazê-lo mais forte e rápido do que você, ele poderá ser utilizado para caçar e construir coisas. Terá um aspecto muito simples, mas vou criá-lo de tal forma para que possa atender suas necessidades, digamos, físicas. Ele vai se destacar por suas infantilidades. Por exemplo, a vida inteira adorará chutar e correr atrás de uma bola. Mas toda vez que precisar tomar uma decisão, realmente séria, vai precisar dos seus conselhos. Porém, para criá-lo eu imponho uma condição!
Eva pensou bem, achou que tal criatura poderia lhe ser muito útil e quis saber qual a condição.
E Deus explicou:
_ Como eu já disse, ele será prepotente, arrogante e muito narcisista, por isso você terá que fazê-lo acreditar que foi criado primeiro, concorda?
Eva disse que sim e Deus completou:
_ Lembre-se sempre que esse será o nosso segredo... De mulher para mulher!
É claro que essa versão também não dá para acreditar, nem se o tal pergaminho tivesse todas as comprovações que citei acima.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Só ares do Jô


Três horas da tarde.
Um homem gordo, cabelos e barba brancos, elegantemente vestido e carregando uma caixa de violino, entra numa doçaria e aguarda, enquanto uma moça termina de atender a uma senhora.
Assim que a senhora sai, a moça se dirige ao homem:
_ Boa tarde! O quê o senhor deseja?
O homem aponta a vitrina e quando vai fazer o seu pedido, a moça o interrompe.
_ O senhor vai me desculpar, mas parece que eu estou reconhecendo o senhor! Eu lhe conheço não sei de onde! O senhor se importa de me dizer seu nome?
O homem fez certo ar de enfado, mas, educadamente, respondeu:
_ Meu nome é José Eugênio Soares, mas eu não sou...
Mais um vez interrompendo, a atendente disse:
_ Eu sabia que estava lhe reconhecendo! O senhor é o Jô Soares da televisão
O homem, com um sorriso forçado, explicou que não era o famoso gordo da televisão.
_ Não, minha filha! Apesar de ter o mesmo nome do Jô, de também ser gordo e de ter os cabelos e a barba brancos, eu não sou o Jô Soares, a quem, diga-se de passagem, admiro muito. Eu sou um homônimo.
A moça perguntou:
_ Mas homônimo é o mesmo que humorista, não é?
Mostrando ser farto não só de peso, mas também de paciência, o homem disse:
_ Não, minha querida! Homônimo é uma pessoa que tem o mesmo nome que outra. Entendeu?
A moça, demonstrando não estar muito convencida, deu mais uma olhada demorada naquele homem e comentou:
_ Mas o senhor parece muito com ele!
O gordo, ainda sorrindo, confirmou:
_ Pra dizer a verdade, isso vive acontecendo comigo!
A balconista viu a caixa de violino e não conteve a curiosidade:
_ Isso que o senhor está carregando é um instrumento musical?
Ele ergueu um pouco o estojo e confirmou:
_ Sim, é um violino.
A moça, com ar de desentendida, perguntou:
_ Mas o senhor não toca bongô e trompete?
O homem colocou o estojo do violino encima do balcão, coçou a nuca logo atrás da orelha e buscando paciência, sabe-se lá onde, respondeu:
_Minha querida! Quem toca bongô e trompete é o Jô Soares. Eu não sou o Jô e nem toco violino. Este instrumento é da minha filha e eu estou levando para consertar!
A moça começou a perceber que o homem estava ficando irritado e resolveu desconversar.
_ Tá certo! Desculpe! O que o senhor vai levar?
O homem abaixou-se um pouco para dar uma olhada na vitrina de doces e, depois de pensar um pouco, pediu:
_ Me embrulhe, por favor, dois bom bocados, quatro trufas de cereja e uns duzentos gramas de doce de coco!
A moça, que já estava pegando a bandeja, olhou admirada para o homem e não resistiu:
_ Mas desde quando o senhor gosta de doce de coco? Eu sempre ouvi dizer que o Jô detesta doce de coco!
O homem olhou fixamente para a moça e disse, pausadamente:
_ Minha filha! Meu nome é José Eugênio Soares, sou gordo, tenho os cabelos e a barba brancos, mas não toco bongô nem trompete, não sou humorista, aliás, nem sei contar piada e sou, apenas, um homônimo do famoso humorista Jô Soares. Eu não sou o Jô Soares! Deu pra entender agora?
A atendente, meio sem jeito, respondeu:
_ Tudo bem, meu senhor! Desculpe! É que são muitas coincidências, o senhor me desculpe!
O homem procurou se acalmar e disse:
_ Está tudo bem! Isto vive me acontecendo e tem horas que eu fico muito irritado! Eu entendo! E a senhorita também me desculpe por eu ter me alterado! Por favor, embrulhe o que eu pedi, porque já estou começando a ficar atrasado!
A balconista embrulhou os bom bocados e as trufas. Pesou o doce de coco, deixando inclusive passar dos duzentos gramas, talvez como forma de compensação. Colocou tudo numa sacola plástica e ao entregar ao homem, não resistiu:
_ E aquelas gargalhadas do Bira não deixam o senhor irritado?
O homem fuzilou a moça com o olhar, pegou com rispidez caixa do violino, que estava sobre o balcão, e saiu sem levar o seu pedido.
A moça ficou com a sacola na mão e gritando:
_ Moço! Moço! O senhor não vai levar os doces?
A dona da doçaria, que estava no caixa, percebeu que o freguês havia saído irritado e foi perguntar para a funcionária o que tinha acontecido.
A moça, que já estava recolocando os bom bocados e as trufas no lugar, olhou pra patroa e disse:
_ Eu não sei por que ele ficou daquele jeito! Imagine; só porque ele é gordo, tem cabelos e barba brancos e chama-se José Eugênio Soares estava querendo que eu acreditasse que ele é o Jô Soares! Ora, será que eu não conheço o Jô? Eu não perco um programa dele!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O silêncio é ouro


Os antigos já diziam que em boca fechada não entra mosca e quem fala demais dá bom dia ao cavalo! E, como sempre, a sabedoria popular mostra ter razão. Muitas vezes o melhor a fazer é ficar calado para não falar besteira. Agora, se for inevitável falar, o ideal é que a gente pense bem antes de abrir a boca.
Muita gente famosa não pensou na hora de proferir uma determinada frase e pagou o maior mico. Uma prova disso é a famosa frase do, então prefeito de São Paulo, Dr. Paulo Salim Maluf:
_ Se o Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim!
A sorte do sheik é que, como já é público e notório, o povão tem muita facilidade para esquecer.
E já que estamos no campo político, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, do alto de sua sabedoria, certa vez deixou que sua veia filosófica falasse mais alto e disse:
_ O presidente precisa ter auto-estima por si mesmo!
Ter auto-estima por outra pessoa me parece impossível, a não ser que o cidadão goste muito de seu automóvel.
O locutor esportivo da Globo, Galvão Bueno, não sei se traído pelo texto que lhe foi passado, durante a transmissão de um jogo da Seleção Brasileira no período vespertino disse:
_ Logo após o futebol, assista capítulo inédito da novela Renascer, no Vale a Pena Ver de Novo!
Convenhamos que, ver novamente o inédito é algo bastante inédito, não é verdade?
Mas, o mesmo Galvão Bueno, e aí não tem como jogar a culpa num texto mal pensado, disse, ao esquecer que sua função é de narrador e não de comentarista (o que, aliás, sempre acontece com a maioria dos narradores):
_ Depois da derrota o pior resultado é o empate!
Ainda bem que ele me avisou, porque, até então, eu acreditava que o pior resultado depois da derrota fosse a vitória e que o melhor era brigarmos sempre para conseguir um bom empate.
Muitas vezes, as pessoas dizem coisas difíceis de acreditar, mas por contarem com o benefício da dúvida, acabam passando.
Milene Rodrigues, que foi a primeira esposa do Ronaldo Fenômeno, quando ainda era namorada disse:
_Eu sou virgem!
Mesmo que a gente não acreditasse, não tinha como comprovar. Mas a questão é que ela disse isso uma semana antes de anunciar que estava grávida do jogador.
Está certo que Ronaldo, naquela época, era muito rápido, mas assim é demais!
E já que estamos falando dessas brasileiras famosas pelo talento, Adriane Galisteu, quando anunciou o seu noivado com o Justus, disse:
_ Minha vida mudou! Deu um giro de 360 graus!
Ou seja; a vida dela girou e voltou onde estava!
Mas nesse caso, mesmo sem querer, até que ela tinha razão, porque o casamento durou apenas seis meses e voltou a ser tudo como dantes no quartel de Abrantes!
E a Tiazinha? Ao ser perguntada sobre os obstáculos que teria enfrentado até atingir o sucesso, ela respondeu, de uma forma profunda (o profunda é pra rimar com o talento da moça):
_ A carreira artística é muito difícil porque tem muitas dificuldades!
A Carla “Buzanfa” Perez, no programa Fantasia, disse:
_ I de iscola.
Até aí normal, porque não poderíamos esperar muito mais de uma bunda falante, mas ao comentar sobre o fato ela disse:
_ Se Jesus Cristo não agradou todo mundo, não é eu que vai agradar!
Já que ela invocou o nome do Divino Mestre em vão, a gente poderia ter aproveitado para crucificá-la numa forca ou numa guilhotina, ou ainda, ter decapitado a sua língua!
Existem momentos que o melhor é a gente não expressar a nossa opinião, principalmente se tiver parabólicas, câmeras e microfones por perto.
Vamos esquecer o episódio acontecido com um determinado ministro e ficar com o Pedro Bial, que ao estar apresentando o Fantástico e, enquanto passava uma matéria sobre o Balé Bolshoi, comentou com Glória Maria, sem perceber que o microfone estava ligado:
_ Isso é coisa de viado!
E se você pensa que é só no Brasil que o pessoal paga mico, engana-se!
Nos Estados Unidos tem muita gente “Paying for the Ape”!
Danny Ozark, técnico de futebol americano, ao defender o esporte, que era visto apenas pela sua força bruta, disse:
_Vocês estão enganados! Metade desse jogo é noventa por cento mental!
Pode até ser mental, mas se depender da matemática o time dele está “fucked”!
E eu vou ficando por aqui, porque já comecei a misturar expressões brasileiras com o inglês e conforme eu disse no começo: Quem fala demais dá bom dia ao cavalo!
_ Good morning, Silver!