Hoje eu quero falar sobre o Chaplin. Não sobre o genial Charlie Chaplin, mas sobre o meu cachorro. Ele recebeu esse nome porque é um vira-lata tal e qual a inesquecível personagem conhecida, no Brasil, como Carlitos. Ele chegou em nossa casa cheio de sarna, aliás coisa que distribuiu com muita generosidade para mim e minha mulher. Talvez, por termos nos coçado em trio por algum tempo, ficamos muito ligados àquele cãozinho. Minha mulher, a pessoa mais otimista que eu conheço, resolveu adestrá-lo. Incansavelmente, por dezenas de vezes ao dia, pedia para que ele desse a patinha ao ouvir a frase "como vai"! Fazia com que o safado cobrisse os olhos com as patinhas dizendo "fique triste", na esperança de que ele repetiria automaticamente o ato dentro de algum tempo. Jogava a bola, ou um bichinho de pelúcia para que ele pegasse e trouxesse de volta. Ele corria para pegar, mas trazer de volta, nunca! Na hora de dar comida fazia com ele ficasse sobre as patas traseiras dizendo "pede"! Em pouco tempo eu conclui que o trabalho de minha mulher não daria resultado, pelo simples fato de Chaplin ser o cachorro mais estúpido do mundo. Depois de muito tentar, ela desistiu e quase concordou comigo quanto à estupidez de Chaplin. Porém, o tempo foi fazendo com que eu mudasse de opinião. De tudo que foi ensinado ele apenas aprendeu a ficar sobre as patas traseiras para ganhar a comida. Aprendeu a brincar com Mel, nossa gata, e seus três filhos de uma forma tão carinhosa que os felinos adoram e retribuem. Ou seja, aquele "intruso" conseguiu uma convivência invejável com aqueles que são considerados seus inimigos naturais. Acima de tudo Chaplin mostrou uma sensibilidade fora do comum, pois basta ver um de nós com ar de tristeza que já vem fazer carinho, tentando lamber nossos rostos. Se minha mulher finge que está chorando, ele fica desesperado tentando consolá-la. Demonstra ser um cão extremamente feliz que adora crianças e já conquistou o seu lugar aos pés de nossa cama. Enfim, conclui que Chaplin não tem nada de estúpido, pelo contrário, ele é inteligente o suficiente para só se interessar por aquilo que realmente é importante pra ele. Quem sabe, um dia, eu deixo de ser tão estúpido e aprenda alguma coisa com meu amigo Chaplin.
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