terça-feira, 26 de abril de 2011

Futebol é uma caixinha de surpresas


Essa história é baseada em fatos reais (como se existissem fatos irreais).
Desde a mais tenra idade, Cacau foi um apaixonado por futebol. Começou a jogar no time da escola, quando freqüentava o primeiro grau na sua cidadezinha lá no interior de Minas. Em pouco tempo foi se destacando e passou a ser considerado como o craque do time, em seguida o craque da cidade para já começar a despontar como um futuro Zico e, quem sabe, um futuro Pelé. Na adolescência, foi para o juvenil do único clube da cidade e em pouco tempo já disputava as partidas oficiais no time principal.
Seu Carmelo, dono da padaria, tinha um amigo que era olheiro de uma equipe que disputava a primeira divisão do campeonato mineiro e insistiu para que ele fosse ver Cacau jogar. Só para agradar ao amigo, o olheiro foi e se encantou com o aquele craque que surgia com um enorme potencial. Não demorou e Cacau foi levado para um time grande.
Começou nas equipes inferiores sempre encantando a todos em seus treinamentos. O técnico do time principal, frente a sérios problemas com contusões de vários jogadores, achou que poderia arriscar a lançar Cacau já na equipe. A rádio local destacou a decisão e toda cidade só discutia o assunto.
No domingo, dia do jogo, o estádio lotou. Fazia muito tempo que isso não acontecia. Porém o garoto promessa não começou jogando, sua equipe precisava só de um empate para se sagrar campeã depois de décadas de espera e assim sendo entrou em campo campeã, já que todo jogo começa empatado em zero a zero.
Durante todo o primeiro tempo, um equilíbrio total entre as duas equipes, mas sem abertura de placar. Cacau havia ficado sentado no banco de reservas sentindo que seu coração poderia sair pela boca a qualquer momento. Foi para o vestiário, ouviu as instruções do técnico e a promessa de que poderia ser colocado no jogo a qualquer momento.
Aos 32 minutos do segundo tempo, o time adversário abriu o placar. O técnico pediu para Cacau aquecer. Aos 39 minutos os alto-falantes anunciaram a entrada da grande promessa. A torcida explodiu gritando seu nome. Preste a fazer 18 anos, Cacau entrou confiante.
Os adversários, já sabendo da fama do garoto, fizeram uma marcação especial e por duas vezes foi impedido de mostrar suas qualidades. A tensão da torcida era quase incontrolável. Será que mais uma vez iriam morrer na praia?
Já nos descontos, Cacau recebeu a bola na meia esquerda, driblou o primeiro marcador, deu um chapéu no segundo e ficou cara a cara com o goleiro que saia para fechar o ângulo. Quando o defensor se jogou, Cacau alongou um pouco mais a bola para a direita ficando com o gol livre, na hora de chutar tropeçou num buraco perdendo o equilíbrio e mandou a bola quase no pau da bandeirinha. Logo em seguida o árbitro encerrou a partida.
Como eu disse, a história é real, pois quem me contou foi o próprio Cacau, hoje com 24 anos e que desde os 19 é porteiro lá no meu prédio.

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