Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) já dizia na década de 60, que a televisão é uma máquina de fazer doido. Talvez o jornalista tenha exagerado na época, mas uma coisa é certa: a televisão sempre valorizou e, cada vez mais, tem valorizado a imbecilidade: "estado durante o qual os indivíduos, pela fraqueza dos órgãos destinados à manifestação do pensamento, são de uma mediocridade tal que se tornam incapazes de elevar-se ao conhecimento e à razão comuns a todos os indivíduos da mesma idade".
Mas antes de criticarmos tão severamente aos produtores de TV, eu não posso deixar de citar uma crônica do Carlos Heitor Cony. Ele viajava com um amigo e, ao parar num posto de beira de estrada para um café, viu aquelas plaquetinhas de madeira pirografadas com frases como: Saudade de... Lembrança de ... Estive em... e me lembrei de você; e então perguntou: "Quem será que tem mau gosto suficiente para fazer esse tipo de coisa? O amigo respondeu: "Você deveria perguntar diferente: quem será que tem mau gosto suficiente para comprar esse tipo de coisa; pois se alguém faz é porque tem alguém que compra"! Isso pode até servir para dizer que, na verdade, a TV está "pirografando" coisas para aqueles que "compram", não é?
Quer outro dado que pode amenizar a barra da moçada da telinha? Uma informação oriunda da própria Xerox garante que 23% das avarias em suas máquinas, em nível mundial, são causadas por pessoas que se sentam nos aparelhos para fotocopiar seus próprios traseiros! Ora, se uma pessoa estraga uma máquina tão cara para ver o próprio traseiro, imagine do que é capaz para ver traseiros alheios na TV?
Outra pesquisa garante que pelo menos 45% das pessoas do mundo já tentaram lamber ou morder seus próprios cotovelos, o que todo mundo sabe que é impossível.
O que estou querendo dizer é que uma pessoa capaz de tentar morder o próprio cotovelo, ou de fotocopiar sua própria bunda, é perfeitamente capaz de fazer uma assinatura de TV para ficar vendo o Big Brother por 24 horas!
Os objetivos primeiros do Rádio e da Televisão foram de possibilitar que a cultura e a informação, enfim, o conhecimento, pudesse atingir aos pontos mais inacessíveis do planeta. Mas, a partir do momento que esses veículos tornaram-se comerciais e surgiram os institutos de pesquisas para informar aos anunciantes, ou agências de publicidade, como direcionar suas verbas para atingir ao maior público possível, concluiu-se que a programação dos referidos veículos deveria ser também direcionada para pessoas que fotocopiam sua própria bunda e/ou tentam lamber ou morder seus próprios cotovelos!
E não adianta reclamar; se você nunca fez nem uma coisa, nem outra, só tem uma solução: desligue a TV. Como? Você não consegue viver sem assistir TV? Então trate de comprar uma máquina Xerox e de começar treinar contorcionismo, ora!
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