terça-feira, 30 de agosto de 2011

Problema de DNA – Data de Nascimento Antiga


Depois dos 60 anos de idade você começa a perceber que algumas coisas mudaram, não necessariamente para pior.
Por exemplo, ninguém mais diz que você é um hipocondríaco, porque existe uma grande probabilidade de você estar sofrendo mesmo de tudo aquilo que se queixa.
Pode ficar sossegado em relação aos seus segredos, pois eles estarão bem guardados já que seus amigos, ou morreram, ou nem se lembram mais.
Você pode também contar as mesmas piadas por várias vezes que seus amigos vão dar boas gargalhadas como se tivessem ouvido pela primeira vez. Aliás, você também vai achar que estará contando pela primeira vez.
Aquela fortuna que você investiu em planos de saúde começa a valer a pena e você torce para que isso não aconteça com o plano funerário.
Você para de se preocupar aonde sua mulher vai, desde que não tenha que ir junto.
O simples fato de você encontrar seu carro no estacionamento do shopping já faz com que você considere estar num dia de muita sorte.
Quase tudo que você comprar agora terá poucas chances de ficarem velhas, pelo menos pra você.
Quando você diz que teve uma noite incrível é porque não teve que levantar mais do que duas vezes para mijar.
Quem diz para você ir mais devagar é o seu médico e não o policial rodoviário.
Se perguntarem se você prefere sexo ou o Natal, você vai dizer prontamente que prefere sexo, porque Natal tem todo ano, ora! Aliás, você começa a sentir capaz de viver sem sexo, mas sem óculos e sem comidas ricas em fibras, nem pensar.
Você dá uma festa, com a presença de todos seus amigos, que vai até as três da madruga e os vizinhos nem percebem.
Aquela sua vizinha, que é um avião de 25 anos, para de te chamar de “tiozinho”, porque acha que tratar por “vozinho” pode te magoar.
Você consegue cantarolar todas as músicas que ouve no elevador.
Seus filhos, ou netos, estão estudando fatos históricos que você viveu.
Você vai perceber que já faz muito tempo que não diz “nunca mais eu vou beber tanto assim na minha vida”!
Você leu esse nosso artigo tentando achar pelo menos um item que não tenha a ver com você e não encontrou nenhum, mas saiba que existem três sinais que determinam que você está velho: o primeiro é a perda de memória e os outros dois não me lembro de jeito nenhum.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cigarro faz bem


Antes de tudo, quero dizer que sou fumante desde os 14 anos. Adquiri o vício (sim, sou um viciado) numa época em que o consumo era incentivado e não se falava sobre os riscos à saúde. Não vou entrar, aqui, na questão de que existem vários tipos de dependentes da nicotina, que a idade em que se inicia faz diferença na dificuldade de abandonar o vício e etc.
Sei que muita gente acha que para largar basta ter força de vontade.
Pois é: “malaguetus em orificium anales de outrem est supositórium”!
Mas o que eu quero salientar é que li a notícia de que para compensar as desonerações que foram feitas no programa Brasil Maior, com medidas para proteger a indústria nacional dos importados, o IPI do cigarro vai aumentar em 20%, em primeiro de dezembro, devendo chegar a um aumento de 55% até 2015. Com a mudança, o governo espera arrecadar mais R$ 4 bilhões em IPI nos próximos quatro anos.
Então vamos por partes, não como dizia Jack, o Estripador, mas como dizem os mais diversos partidos políticos, cada um querendo que sua “parte” seja maior.
Se o cigarro é produzido legalmente, pagando os devidos impostos e se os fumantes vão pagar a conta para proteger a indústria nacional, de um modo geral, não seria justo que fossem um pouco mais respeitados do que vêm sendo?
Concordo que ninguém é obrigado a respirar a fumaça do meu cigarro, mas não seria justo que eu tivesse um local determinado e preparado para que pudesse fumar?
Ao alimentar o meu vício não estou fazendo nada, absolutamente nada ilegal. Pago impostos, cada vez mais caros, e mesmo assim mereço ser descriminado como venho sendo? Meus direitos não deveriam ser respeitados?
A Receita, para dourar a pílula, também afirmou que o aumento do tributo visa reduzir o consumo de cigarros no país.
“Bull shit” (Bosta de touro ou balela), como diria o cowboy do Marlboro, porque se todos os fumantes resolvessem largar o cigarro de uma vez, os planos de arrecadação do Governo virariam fumaça e com certeza ele não quer isso.
A grande verdade é que pegaram o cigarro como válvula de escape, porque sabem que o fumante, que é dependente da nicotina, não vai deixar de comprar e, portanto, os R$ 4 bilhões de IPI são favas contadas.
Honestamente, eu não sei o que mais me faz mal, se o cigarro ou se a hipocrisia das autoridades.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

TPM


Eu e minha mulher temos um acordo. De segunda à sexta-feira, ela se levanta um pouco mais cedo do que eu para fazer o café e volta pra cama, pois pode dormir até mais tarde. Nos sábados, domingos e feriados eu tenho a incumbência de preparar o café matinal. Então, se eu acordar de manhã, não sentir o cheiro do café e, depois de pensar, constatar que não é sábado, nem domingo e nem feriado, só tem uma explicação: ela está com TPM.
E, definitivamente, cheguei à conclusão de que a única diferença entre um Pitt Bull e uma mulher com TPM é que você consegue colocar uma coleira no cão!
Eu sei que para um homem entender a lógica de uma mulher é difícil, mas compreender a lógica de uma mulher com TPM (se é que tem) é impossível.
Antes de eu me informar sobre a tal da Tensão Pré Menstrual, eu tinha certeza de que, todo mês, minha mulher incorporava uma entidade tipo Tranca-rua, Pomba-Gira, ou coisa semelhante. Sério, cheguei até a levá-la num centro espírita para um tratamento de "desobsessão"! Depois da primeira sessão, o espírito desobsessor, através do médium, disse:
_ Não dá! Se fosse o próprio Lúcifer eu daria um jeito, mas aí é muita areia pro meu caminhão!
Dizem que no Brasil não têm furacões!
Como não têm? Lá em casa passa um todo mês!
Aliás, começo a entender porque, normalmente, os furacões têm nomes femininos.
Só para exemplificar, vou contar sobre a última vez que o "Átila" passou lá em casa.
Minha mulher adora sorvete de creme. Então eu levei uma caixa de dois litros e deixei na geladeira. À noite, na cama, vi que ela estava deitada com a caixa de sorvete nas mãos e pensei:
_ Oba! Hoje tem!
Quando me aproximei para as preliminares, ela me olhou firme nos olhos e disse:
_ Eu sei por que você trouxe todo esse sorvete! Quer que eu engorde ainda mais, porque deve ter encontrado outra mais em forma do que eu, não é?
E jogou todo sorvete em mim!
Eu só sei dizer que estou com o "Buck Jones" gelado até hoje e se já não era grande coisa quanto ao tamanho, imagine como está agora!
Aliás, alguém sabe onde se compra pinça matinal, se é que existe?
Enfim, mulher com TPM é mais imprevisível do que Ministro da Economia no Brasil, mais perigoso do que homem-bomba com ataque epilético e mais incompreensível do que o STF!
Quando tudo passa, eu faço comentários a respeito, ela diz que eu sou um exagerado, pois ela ficou apenas um pouco irritada por alguns dias e muito menos do que eu sou o mês inteiro!
E fala isso com tanta convicção que estou começando a ficar com medo de estar sofrendo de TPM permanente!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Muita calma nessa hora



“Tamanho não é documento”!
Este é um ditado que ajuda a diminuir a frustração de muita gente, mas quando se trata do tamanho dos “documentos”, no que diz respeito aos representantes do sexo masculino, tudo fica muito mais discutível.
Uma coisa é certa: quando sua companheira diz que os seus “documentos” têm o tamanho suficiente, na realidade, ela está querendo dizer que “dá pro gasto”!
Também é verdade que quando os “documentos” precisam ser apresentados, o mais importante é que estejam em dia, caso contrário não resolvem nada, porque muito mais vexatório do que as dimensões é a não apresentação quando solicitados. Em outras palavras, por mais que se queira considerar como coisa normal e, com isso, diminuir o impacto, broxar é algo que mexe com a cabeça de qualquer homem. Mais ainda do que exame da próstata. Parodiando aquele comercial que ficou famoso: a primeira broxada ninguém esquece. E exatamente por ser inesquecível é que acaba produzindo outras no futuro.
Quando ela acontece, cada um tenta dar sua própria explicação.
Um conhecido meu, ao passar por esta situação constrangedora, na hora do vamos ver, mandou logo:
_ Não sei o que houve; isso nunca aconteceu comigo!
E a companheira respondeu de imediato:
_ Pois é, foi exatamente isso que você disse nas outras três vezes anteriores.
A medicina garante que isso pode acontecer a qualquer homem, até mesmo a um super-homem. Então, eu fico imaginando qual seria a desculpa do Homem de Aço para Lois Lane quando fosse vencido pela broxura. Acho que ele diria algo mais ou menos assim:
_ Isso nunca aconteceu comigo. Deve ter kryptonita debaixo da cama!
E se uma coisa dessas acontece até com o Super-Homem, outros super-heróis também já devem ter passado por tamanha humilhação.
O He-Man, quando percebeu que a sua “espada” não iria corresponder na hora da batalha, gritou:
_ Eu tenho a força... eu tenho a força... EU TENHO A FORÇA!
E a She-Ra, sem esconder a decepção, falou:
_ Pode ser, mas acho que faz tempo que você não paga as contas e a empresa de energia cortou o fornecimento!
Consta que até o Hulk já passou de verde de raiva para vermelho de vergonha, quando teve que enfrentar sua primeira broxada.
Acredito que quem se saiu melhor em situação semelhante foi o Homem Invisível, porque sua companheira nunca ficou sabendo o que, na realidade, ele usou.
O Batman não deve ter tido muita dificuldade para explicar, porque morcego dorme mesmo de cabeça para baixo, né?
Enfim, por mais que se queira disfarçar, o ideal de todo homem é ser bem dotado e super ativo.
Se não for possível, ser super ativo já é muito bom.
E isso também não for possível, ser ativo já serve.
Agora, se você estiver entre aqueles que não têm nada disso, vai ter que apelar para aquelas pílulas azuis, meu amigo!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cerveja boa pra cachorro


Você gosta de tomar uma cervejinha com os amigos num happy hour agradável, não é? Pois, agora, vai poder tomar uma cerveja com o seu melhor amigo!
Isso mesmo, você vai poder tomar uma ceva com o seu cachorro!
Eu explico.
Numa feira de pet shops, que acontece anualmente em Frankfurt, Alemanha, denominada Maintier e que apresenta produtos para cães do mundo inteiro, nesse ano foi lançada uma cerveja produzida especialmente para eles. O nome da bebida é "Schwanzwedler".
Trata-se de um lançamento de uma fábrica holandesa e é feita a partir de extrato de carne. Ou seja, uma cerveja boa pra cachorro.
A notícia não esclarece sobre o teor alcoólico da cerveja, pode ser até que não contenha álcool, mas, como toda e qualquer outra, deve ser diurética e provocar a vontade de urinar. Então, eu acho bom que, antes de levar seu melhor amigo ao bar, você deve ensiná-lo a ir ao banheiro, porque, se cada vez que ele sentir vontade, levantar a pata traseira e fizer no pé da mesa, não vai ficar bem.
Não sei se os bares estarão preparados com os utensílios próprios para servir a tal cerveja, assim sendo, é melhor você se prevenir e levar de casa.
Mas que vai ser interessante vai!
Imagine você chamar o seu cachorro e perguntar:
_ Vamos sair para tomar umas cevas e ver se pegamos umas cachorras?
É claro que precisam tomar cuidado para não beberem demais e acabarem trocando as tais cachorras.
Você precisa também ficar atento a alguns sinais, para maior entendimento como seu companheiro de copos: se ele abanar o rabo é porque estará pedindo mais. Agora, se você começar ver o rabo abanando o cachorro, não é ele que tem que parar de beber, mas você! Porém, se, mesmo assim, você resolver continuar e acabar passando do ponto tem uma vantagem: Vai começar com aquela conversa chata de bêbado, mas ele olhará pra você, com todo o interesse e cara de que quem estará pensando:
_ Nossa, por que eu não pensei nisso antes? Esse cara é um gênio!
Na hora de voltarem pra casa, nem pense em dar a chave do carro pra ele. O melhor será chamar um táxi ou uma carrocinha. Enfim, o happy hour nunca mais será o mesmo.
Em breve, poderemos ler uma placa na maioria dos barzinhos, assim; “É proibida a entrada de cachorros desacompanhados por outro bebum”!


História nada mais é do que um almanaque de histórias


Durante séculos tem-se discutido o sorriso enigmático de La Gioconda, ou a Mona Lisa, pintada pelo gênio Leonardo da Vinci. No entanto, outro dia, eu estava lendo que cientistas descobriram o motivo do famoso sorriso. Segundo os estudiosos (que eu acho que não tinham nada mais importante a fazer), La Gioconda ou estava grávida, ou tinha acabado de parir.
Eu confesso que, durante muito tempo, eu achei que aquele sorriso maroto era porque o Leonardo “dá vinte”! Acontece que outros estudiosos garantem que o Leonardo dava outra coisa. Também isso não importa, porque cada um dá o que quiser e ninguém tem nada com isso.
E falando em dar, segundo a história oficial, o poderio imenso da Igreja Católica, na Idade Média, foi dado (de mão-beijada), através do Testamento de Constantino ao Papa Silvestre I. O tal testamento foi apresentado para Pepino, o Breve (não sei se é verdade que ele tinha ejaculação precoce), que, talvez por sua brevidade, não questionou muito a questão. O testamento de Constantino deixava todos seus pertences e o domínio de toda a extensão do Império Romano nas mãos dos Papas. Conforme eu já disse, cada um dá o que quiser e Constantino deu tudo que tinha e que não tinha.
Porém, em 1440, Lorenzo Valla, escritor, humanista, retórico e educador italiano, desmascarou a Doação de Constantino provando que eram documentos falsos, mas aí a “Vacum Brejorum Est”.
E vamos em frente.
Você também já ouviu falar que Martinho Lutero iniciou a Reforma Protestante. Alguns historiadores escreveram que o motivo da revolta de Lutero foi por não ter conseguido a autorização do papa para se casar com uma freira pela qual estava apaixonado.
Isso é papa furado, aliás, papo furado.
Lutero ficou indignado com a revelação do padre Valla que provou que a última monarquia absolutista da Europa obteve a maior parte de seu poder através da mentira e da trapaça. Essa revelação foi o estopim para que Martinho Lutero se desligasse da Igreja, começando, assim, a Reforma Protestante. O resto é História.
E o que é a História senão algo inventado por antigos historiadores, para oferecer aos historiadores contemporâneos a oportunidade de contar novas versões sobre velhas histórias?


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Funcionário fora do padrão


Eu encontrei o Germano no maior desânimo do mundo. Meu amigo caminhava com os ombros caídos e cabeça baixa, com ar de total desconsolo. Depois de cumprimentá-lo, eu perguntei o que estava acontecendo e ele me disse que tinha sido dispensando do emprego! Fiquei surpreso, porque Germano sempre foi considerado como um dos melhores funcionários daquela grande empresa, e quis saber o motivo. Então ele me contou.
_ Meu chefe reuniu todos os funcionários do nosso departamento e disse que, por contenção de despesas, um dos integrantes da nossa equipe teria que ser dispensado. Eu confesso que, devido à minha dedicação e ao meu bom desempenho no trabalho, não fiquei muito preocupado. Mas assim que ouviu o comunicado, o Aloísio disse: Eu sou afro-descendente e se eu for o escolhido, entrarei na Justiça contra a empresa alegando preconceito racial. Afinal sou o único negro da equipe! Em seguida, o Sr. Mathias argumentou: Eu tenho 62 anos e se for mandado embora, vou processar a empresa alegando que fui o escolhido por ter a idade mais avançada e que não passou de um preconceito contra a terceira idade! A Cleusa, ao perceber que a situação estava ficando apertada, não vacilou e disse: Eu farei o mesmo. E minha justificativa será que fui dispensada por preconceito contra as mulheres. Afinal sou a única mulher do grupo! Logo em seguida foi a vez do Daniel argumentar que por ser deficiente físico poderia estar sendo discriminado e o Marquinho também avisou que alegaria ter sido dispensado pelo fato de ser gay assumido. Assim sendo, eu fui o escolhido para receber o bilhete azul depois de 15 anos de serviços prestados àquela grande empresa.
Eu achei uma injustiça, um tremendo absurdo, e meu amigo completou:
_ Cheguei à conclusão de que, apesar de ser um dos melhores funcionários, o único com pós-graduação e aquele que nunca faltou ao trabalho, eu fui dispensando por ser do sexo masculino, branco, heterossexual, por não ter nenhuma deficiência física e por ter apenas 37 anos de idade!
Sem saber o que dizer, convidei o Germano para tomar uma... ou duas, ou quantas ele quisesse!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A Democracia é uma piada


Já ouvi muita gente dizer que a democracia é uma festa.
Eu já acho que a democracia é uma piada!
Calma, não tenho nada contra democracia. Deixe eu me explicar melhor.
A democracia permite coisas que são verdadeiras piadas.
Uma das últimas que acompanhamos, foi a “vote no Tiririca, pior do que está não fica”, mas vou relembrar muitos outros casos.
Lembra do slogan do Osmar Lins Peroba que apregoava “Peroba neles”? Não podemos negar que era criativo! Mas acontece que, na mesma época, na cidade de Cotia, no interior de São Paulo, teve um candidato que atendia pelo apelido de Lingüiça. Então, ele não teve dúvidas em copiar o Osmar Lins Peroba e mandou: “Lingüiça neles”.
O candidato Guilherme Bouças, de Itaquaquecetuba, São Paulo, se aproveitando do caso das malas cheias de grana e de muitos eleitores considerarem alguns políticos como “malas sem alças”, teve a idéia de criar o slogan: “Chega de malas, vote em Bouças”.
Em Descalvado, Alagoas, teve uma candidata, muito popular, conhecida por Dinha e o seu slogan foi: “Tudo Pela Dinha”.
Em Pirai do Sul, no Paraná, um travesti conhecido como Lady Zu garantia: “Lady Zu, aquele que dá o que promete”.
Também representando essa parcela da sociedade, teve uma estrela de show de sexo explicito de Fortaleza, Ceará, conhecida como Débora Soft, que já era vereadora e tentava ser deputada (perceba que eu coloquei o devido “de”) que usou um slogan bastante apropriado: “Vote com prazer”.
Outra coisa que a gente tem visto nas campanhas, é um número maior de pastores e de pessoas ligadas às igrejas evangélicas que tentam conquistar o voto do eleitor. Teve um pastor em Aracati, uma cidade do Ceará, que garantia: “Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição”.
Você conhece o “Ge”? Não! Pois em Carmo do Rio Claro, Minas Gerais, o “Ge” é bastante conhecido, tanto que resolveu sair candidato usando o slogan: “Não vote em A, nem em B, nem em C. Na hora H, vote em Ge”.
E na cidade de Hidrolândia, no estado de Goiás, teve um candidato chamado Pé que pediu durante toda a campanha: “Não vote sentado, vote em Pé”.
Viu como eu tenho razão?
Democracia é uma piada, porque muita gente acaba votando em candidatos que usam um slogan engraçado e/ou criativo, sem ao menos analisar se eles têm as condições necessárias para representar o povo no legislativo e muitas vezes no executivo.
Mas também pensando bem, já tivemos muitos candidatos que não tinham nada de engraçado e, quando chegaram lá, se mostraram uma verdadeira piada, e de mau gosto!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Rio 2016


Tem muita gente preocupada com a realização da Copa do Mundo aqui no Brasil, em 2014, e com os Jogos Olímpicos no Rio, em 2016. Eu, pra ser honesto, depois da participação da seleção na Copa America, comecei a me preocupar com a Copa do Mundo, seja lá onde ela possa ser realizada.
Porém, em relação aos Jogos Olímpicos de 2016, eu estou até bastante otimista e acho que o Brasil poderá sair-se bem em várias modalidades.
Vou dar alguns exemplos.
No remo, existem as categorias dois sem patrão, quatro sem patrão e etc. Poi, o nosso país teria atletas de sobra para esta modalidade, porque o que mais existe aqui é gente sem patrão e remando contra a maré.
No boxe, também teríamos enormes chances de medalhas, porque ninguém agüenta mais assaltos do que o brasileiro!
No atletismo, então, poderíamos dar uma lavada em qualquer país, já que para as corridas estamos mais do que preparados, já que vivemos correndo atrás para tentar recuperar o prejuízo.
No salto em altura, estamos mais do que treinados, porque vivemos pulando de raiva cada vez que o governo anuncia aumento das tarifas de energia elétrica, telefone e tantas outras tarifas públicas.
No salto com vara, a gente pode não se dar bem, porque esta modalidade exige que a atleta corra com a vara na frente e a gente só corre com a vara atrás.
No hipismo, também poderíamos ter problemas, porque brasileiro vive caindo do cavalo, principalmente quando se enche de esperança.
Na maratona, tenho certeza de que ficaríamos com ouro, prata e bronze, porque brasileiro corre uma maratona por dia para tentar pagar as contas que ficam cada vez maiores, enquanto os rendimentos ficam cada vez menores.
Outra modalidade em que já temos nos saído bem e que poderíamos nos sair melhor ainda é a do tênis de mesa, principalmente se nossos atletas se inscrevessem como bolinhas de ping-pong, porque ninguém mais no mundo está tão acostumado a levar tantas raquetadas quanto nós.
No levantamento de pesos, também teremos grandes chances, afinal estamos acostumados a carregar nas costas o peso de um Congresso, dos juros e dos tributos impostos por governos que gastam cada vez mais e fazem cada vez menos.
Enfim, teremos grandes chances de nos sairmos melhor do nunca.
Isto é, se, até lá, o Rio já não for totalmente dominado pelos traficantes e se o COI conseguir autorização dos chefões para a realização dos jogos.

Pré-conceito


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma gaiola. No centro foi colocada uma escada e, nela, um cacho de bananas. Quando um dos macacos subiu na escada para pegar as bananas, os cientistas lançaram um jato de água fria nos que estavam no chão.
Esse processo foi repito várias vezes.
Depois de certo tempo, quando um dos macacos tentava subir na escada, os outros o agarravam.
Passado mais algum tempo, nenhum dos macacos tentou subir na escada, apesar da tentação das bananas.
Então, os cientistas substituíram um dos macacos.
A primeira coisa que ele tentou fazer foi subir a escada, no que foi imediatamente impedido pelos outros. Depois de algumas tentativas, o novo integrante do grupo não tentou mais.
Um segundo macaco foi substituído e aconteceu a mesma coisa.
Um terço foi mudado e repetiu-se o fato.
Finalmente, o último do veterano foi substituído. Os cientistas comprovaram que mesmo que nenhum deles tivesse tomado um jato d’água, continuaram impedindo que qualquer novo macaco tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a alguns deles por que eles impediram os que tentaram subir a escada, com certeza a resposta que seria:
_ Ora, as coisas sempre foram assim por aqui!
Esta é uma descrição científica de como se cria um preconceito: Opinião ou sentimento concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão.
Talvez por sermos descendentes dos símios, ou talvez por ser mais cômodo aceitarmos convenções, nós também agimos assim.
Até há pouco tempo, era comum a crença de que misturar manga com leite poderia matar. Esta idéia foi criada pelos senhores de escravos para impedirem que os negros roubassem leite. Como a manga era farta e fazia parte da alimentação dos escravos, eles não bebiam o leite com medo de morrerem. O preconceito foi assimilado e difundido e, com isso, ninguém questionava se era verdade, simplesmente agia dessa forma. Afinal:
_ Ora, as coisas sempre foram assim por aqui!
E assim, podemos citar uma série de preconceitos:
Todos judeus, árabes, escoceses e holandeses são avarentos,
Todos portugueses são burros,
Todos orientais são inteligentes (mesmo sendo positivo, trata-se de um preconceito),
Todas as mulheres não sabem dirigir,
Todos os dançarinos são bichas.
E não adianta que se encontrem vários judeus, árabes, escoceses e holandeses mãos-abertas, centenas de portugueses gênios, uma infinidade de orientais com Q.I. baixíssimo, milhares de mulheres que sejam exímias motoristas e uma porção de dançarinos comprovadamente heterossexuais com esposas, filhos e tudo mais; as idéias preconcebidas vão continuar se impondo ainda por muito tempo.
E tudo isso comprova o que disse Albert Einstein:
“É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Lavagem cerebral


Muitas vezes, eu me perguntei por que o povo brasileiro é tão cordeiro e, por isso, tão facilmente dominado e manipulado. O que existe na nossa cultura que faz com que nossa gente tenha tanto medo em fazer prevalecer os seus direitos?
E cheguei à conclusão de que nós sofremos uma lavagem cerebral, desde a mais tenra infância para sermos assim.
Como?
Simples; com as canções de ninar!
Vamos analisar as canções que foram tão utilizadas para nos ninar.
“Nana neném que a Cuca vem pegar...” Ou seja, trata de dormir logo e parar de encher o saco, senão vem aí uma tal de Cuca e leva você.
Ou ainda: “Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega essa criança que tem medo de careta”! Viu? Puro terrorismo!
Como a Sociedade Protetora dos Animais pode querer que alguém seja bom com os animais, se cresceu ouvindo uma coisa assim:
“Atirei o pau no gato-to-to. Mas o gato-to-to não morreu-reu-reu. Dona Chica-ca-ca admirou-se-se. Do berrô, do berrô que o gato deu. Miaaau”!
Se a tal da Dona Francisca curtiu o sofrimento do coitado de felino, então imagine a índole do cara que canta:
“Vem cá, Bidu! Vem cá, Bidu! Vem cá, meu bem, vem cá! Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá! Tenho medo de apanhar”
O Bidu, seja lá que animal é, já sabe que, se for lá, leva pancadas e o sádico fica chamando o coitadinho de meu bem, só pra atraí-lo!
Quer ver outra ameaça explícita, para que sejamos “bonzinhos” desde crianças?
“Marcha soldado, cabeça de papel! Quem não marchar direito, vai preso pro quartel”. A mensagem subliminar é: ou faz tudo certinho ou se ferra, meu!
Pra mostrar que você é, e sempre será um incompetente, por isso precisa ser comandado, tem essa:
“A canoa virou, quem deixou ela virar? Foi por causa do (nome de alguém) que não soube remar”.
E para que nós nos preparássemos para o que seria o sistema publico de Saúde nos dias de hoje, tinha essa:
“Samba-lelê tá doente. Tá com a cabeça inchada. Samba-lelê precisava. É de umas boas palmadas”. Pô, quem está com doente e com a cabeça inchada precisa é de cuidados e não de palmadas! Mas como podemos acompanhar, são, exatamente, palmadas que recebe a maioria que procura socorro na Saúde Pública.
Também tem aquela que já nos preparava para aceitar as diferenças sociais, sem revolta:
“Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré, marré, marré. Eu sou pobre, pobre, pobre, De marré de si. Eu sou rica, rica, rica, De marré, marré, marré. Eu sou rica, rica, rica, De marré de si”.
Enfim, está explicado porque já crescemos aceitando tudo e acreditando que se é assim é porque tem que ser assim. Passamos toda a infância sofrendo uma lavagem cerebral que nos induziu a acreditar nisso, como verdadeiros “escravos de Jô que jogavam caxangá”, seja lá o que for essa porra de caxangá!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dando asas à imaginação


Você se lembra que, há uns quatro anos, até o Chapolin e o Chaves foram acusados de terem ligação com o narcotráfico?
Se você não se lembra, eu explico.
Fernando Rodriguez Mondragón, filho do ex-líder do cartel de Cali, Gilberto Rodriguez Orejuela, em 2007, lançou um livro chamado “El hijo del ajedrecista” (O filho do Enxadrista), onde afirmava que Roberto Gómez Bolaños, criador do Chaves e do Chapolin, teria tido ligações com o seu pai.
É claro que, na época, Bolaños soltou nota desmentindo tudo.
Mas, ao me lembrar disso, não pude impedir que minha imaginação voasse.
Se Chaves e Chapolin, personagens infantis, teriam ligação com o narcotráfico, outros também poderiam estar envolvidos!
Então já começo a desconfiar daquele tal “pó mágico” da fadinha Sininho, que fazias as pessoas “voarem”!
Aquele Coelho Maluco, de Alice no País das Maravilhas, eu acho que exagerava nas doses, por isso estava sempre agitado daquele jeito, correndo de um lado para outro!
E o Dunga dos sete anões? Tinha aqueles olhos estatelados não era à-toa!
O Feliz, então, nem precisa dizer, né? Estava sempre bem, curtindo numa “nice”!
O Zangado, eu já acho que era crise de abstinência.
E quanto aos outros anões, eu penso que não ficavam atrás, porque trabalham numa mina que já tinha diamantes lapidados! Tem que estar muito louco pra ver aquilo!
O sono da Bela Adormecida, eu posso até acreditar que era, na realidade, um coma profundo ocasionado por uma overdose!
E na história do Dumbo?
Eu acredito que todos os personagens eram chegados na “coisa”, porque pra conseguir ver um elefante voar tem que estar muito “doidão”!
Aquela imensa fortuna do Tio Patinhas até hoje ninguém explicou direitinho! De onde veio?
Ali tem, ô se tem! Acho que ele era o chefão do tráfico!
Não quero ser exagerado na minha imaginação, mas para acreditar que uma abóbora pode se transformar em uma maravilhosa carruagem e ratinhos em lindos cavalos brancos, a Cinderela deve ter usado coisa muito “pesada”.
E o efeito tinha hora marcada pra se acabar: meia-noite!
E aquele garoto chamado João? Aquele que trocou a vaquinha por alguns grãos de feijão?
Pô (eu disse pô e não pó), mesmo um desconhecido tendo garantindo que eram feijões mágicos, o João tinha que estar “mucho loco” pra aceitar a troca!
Pois é, se o Chaves e o Chapolin, realmente estiveram envolvidos com o mundo das drogas dá pra acreditar em tudo.
Mas acho bom eu parar por aqui, senão a imaginação do leitor também começa a voar e pode achar que, pra conseguir imaginar tudo isso, eu também não sou lá muito confiável, né?

Jesus com jeitinho brasileiro


Então, eu fiquei imaginando como seria se Jesus tivesse sido brasileiro.
Influenciado pelos usos e costumes de nosso povo algumas coisas teriam sido diferentes, não é?
Por exemplo, Jesus não teria doze apóstolos, mas, pelo menos uns quarenta. Mas, não seriam chamados de apóstolos e sim de assessores. E também, com certeza, entre eles teriam alguns parentes de Maria Madalena, algum sobrinho de Lázaro ou um filho de José de Arimatéia.
Quando fosse perguntado sobre a moeda que tinha a esfinge de César, Ele também diria:
_ Daí a César o que é de César!
Mas, logo em seguida, um dos assessores aproveitaria um momento de distração do Mestre para dizer:
_ Porém, não esqueça nossos 20%, tá?
Na passagem da mulher adultera, quando Jesus dissesse “quem estiver livre de pecado que atire a primeira pedra”, uma enorme acertaria a cabeça da coitada tendo, sido lançada por um petista fanático, porque parece que eles realmente ainda acreditam nisso!
Os milagres teriam acontecido em muito maior número, porque, sendo Ele de um país onde um simples cidadão já faz um milagre por dia para poder sobreviver, imagine então o Mestre!
E falando em milagres, assim que Jesus realizasse o da multiplicação dos peixes, já viria alguém do Greenpeace ou de outra organização semelhante para ver se não eram peixes transgênicos e tentar proibir o seu consumo. Sem contar o IBAMA que exigiria que Jesus mostrasse sua licença de pesca.
Nem posso imaginar o que aconteceria se fosse à época da piracema.
Assim que transformasse água em vinho, alguns donos de postos procurariam por Ele, perguntado se Jesus poderia transformar água em álcool hidratado em 100%, porque numa proporção de 50%, eles mesmos já seriam capazes.
Na ceia, não teríamos pão e vinho, mas picanha e cerveja. E ela seria realizada em alguma chácara com piscina.
Outra coisa que seria diferente: o julgamento.
Não seria sumário como foi, com um Pilatos lavando as mãos. Demoraria anos e anos, passando de instância a instância, com muitos Pilatos “molhando” as mãos.
A crucificação não aconteceria numa Sexta-Feira Santa, porque, sendo feriado, ninguém trabalharia naquele dia. E quando ela acontecesse, teríamos apenas uma cruz sobre o monte, porque os verdadeiros ladrões no Brasil nunca são condenados.
A Globo teria exclusividade na transmissão do evento, com narração de Galvão Bueno e comentários do convidado especial, Padre Marcelo Rossi.
Você pode até estar achando que isso é uma heresia e, então, eu pergunto: Existe heresia maior do que a afirmação de que Deus é brasileiro, sendo o nosso país injusto como é?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Palavras não caem do céu


Várias vezes já me perguntaram sobre como se desenvolve o processo criativo, quando preciso escrever um texto, ou me proponho a compor uma música.
Eu poderia responder de forma convencional, ou poética e dizer que aproveito um momento de inspiração.
Tenho certeza que a maioria dos perguntadores se daria por satisfeita.
Mas, na verdade, não é isso que acontece. Pelo contrário, na maioria das vezes eu faço isso em momentos de grande transpiração, principalmente quando o trabalho precisa ser feito e tem prazo para ser entregue.
Por exemplo, por que escolhi este tema para este texto?
Exatamente porque sentei-me frente ao computador e não tinha a menor idéia (ou inspiração) para nada que valesse a pena.
Mas, enquanto digitava as primeiras palavras e elas formavam frases no meu monitor, lembrei-me de Johann Guttenberg, considerado como o pai da imprensa.
O interessante é que a arte da impressão nasceu em seu zênite (o ponto mais elevado que se pode atingir), pois o primeiro livro impresso, a Bíblia de Guttenberg, é considerado o mais belo já produzido. Foram impressos 300 exemplares, com quase 1.300 páginas, com 42 linhas em latim em cada página e está, até hoje, entre os livros mais valiosos do mundo.
Para se ter uma idéia, em 1970, um exemplar dessa famosa Bíblia foi vendido por 2,5 milhões de dólares. E o que pouca gente sabe é que Guttenberg criou o mais belo e famoso livro do mundo, mas não chegou a publicá-lo. O alemão havia se endividado muito para realizar seu trabalho e estava sendo processado. Perdeu a causa e foi obrigado a entregar suas ferramentas e suas prensas, tendo assim que renunciar à honra de publicar a mais bela obra impressa em todos os tempos.
Hoje, existem apenas 48 exemplares. Este número inclui dois que estavam na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e que estão desaparecidas, mas que, no entanto, os bibliófilos acreditam que elas estejam a salvo.
Bem, até aqui eu consegui escrever 329 palavras, mas para que este artigo esteja completo eu preciso escrever entre 450 e 500 palavras.
Com esta explicação eu já cheguei a 353 palavras. Isso significa que terei que arrumar algum gancho para abordar um tema, relativamente ligado ao inicial, para atingir meu objetivo.
E como estamos falando de escrever e de livros, lembrei-me que o Pi, a razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro, foi calculado por um computador, em 1970, em até um milhão de decimais pelos matemáticos franceses Jean Guilloud e Martine Bouyer. O valor foi publicado em um livro de 400 páginas que é, sem dúvida, muito importante, mas que pode ser considerado como o livro mais aborrecido do mundo.
E por que eu inclui esse tal Pi na nossa conversa?
Porque, se você considerar que o tema que resolvi abordar hoje é um pouco chato, lembre-se que poderia ser muito pior: você poderia ter que ler as 400 páginas do livro Pi.
Enfim, com esse papo todo, consegui, até agora, 499 palavras e posso terminar.
Como você pode ver, se eu fosse esperar a tal da inspiração para redigir um texto, minha produtividade seria menor, meu ganho idem e meus credores não entenderiam nunca.

PSO – Um partido que está na boca de todos


Você pode não acreditar (aliás, às vezes, nem eu acredito), mas eu assisto sempre ao Horário Eleitoral pela TV, pois, eu acho que essa é uma das obrigações de todo eleitor de voto obrigatório. Mas, tenho que concordar que o papo dos candidatos está mais ultrapassado do que pote de vaselina em bagagem de noivo em lua de mel, nos dias de hoje.
Às vezes eu tenho a impressão de que estou dentro de um bingo, frente às tantas dezenas que vão aparecendo na telinha: 11, 12, 13, 15, 23, 25, 26, 33, 45,56 e etc. E talvez seja exatamente por isso que eu tenho sempre a impressão de que, mais uma vez, vou sair perdendo!
Eu me pergunto: se todos eles têm a solução para a saúde, a segurança, a educação e o desemprego, por que será que os que estão atualmente no poder não a encontram?
Será que todos eles são competentes só enquanto estão fora do governo?
Tem sempre alguém falando em aumento do salário mínimo acima de R$ 1.500,00 (o que seria justo), com 35 horas semanais de jornada de trabalho (o que seria ótimo), mas não explicam como pretendem fazer.
Eu me lembro de uma passagem do velho Mané Garrincha, quando um treinador disse que ele deveria driblar o lateral, passar a bola entre as pernas do zagueiro, dar um corte no que viesse na cobertura e cruzar para a cabeçada do centroavante.
E o Mané perguntou:
_ Mas já está tudo combinado com os adversários, né?
Então eu pergunto:
_ Já está tudo combinado com os patrões, né?
E como têm candidatos! Parece que tem um candidato para cada eleitor!
Foi por tudo isso que eu resolvi criar um partido e também receber um número para disputar as próximas eleições.
Como tudo fica só no blá-blá-blá mesmo, parecendo uma verdadeira orgia oral, eu vou fundar o PSO – Partido do Sexo Oral.
É claro que o número do meu partido será 69.
Tenho certeza que vamos virar esse país de cabeça pra baixo, ou de pernas pro ar, se você preferir.
Vamos botar a boca no trombone, aliás, apenas a ala que optar pelo trombone porque, democraticamente, cada um vai botar a boca onde quiser!
Ao contrário de certo partido que tem por aí, onde parece que todo mundo tem a língua presa, no PSO só aceitaremos quem tem a língua solta.
Nosso lema será: Para receber na mesma medida em que você dá, vote 69!
Vamos fazer um comercial antecedendo o período eleitoral dizendo ao eleitor:
_ Se alguém perguntar em quem você vai votar, diga de boca cheia: PSO – 69.
Durante o Horário Eleitoral, nossa plataforma será: Você pode continuar com a barriga vazia, mas a boca...
Enfim, como todos os partidos nanicos, sei que não vamos pra lado nenhum, mas tenho certeza de uma coisa: o horário eleitoral vai ficar bem mais divertido, é ou não é?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pirataria Federal


Então eu fui rever Brasília.
Havia vários anos que eu não ia até nossa Capital e resolvi ver de perto todo o seu crescimento.
Fora da área em que faz parte o "País das Maravilhas", de muitas "Alices" e de algumas "Rainhas de Copas", eu encontrei uma cidade acolhedora, de gente como a gente batalhando pra ganhar a vida.
E, é claro, como em todas as cidades brasileiras, o desemprego também fez com que aparecessem os camelôs, que lá na Capital Federal, talvez ainda influenciada pelo tucanês que girou por lá por oito anos, são chamados de "intermediários autônomos no comércio de mercadorias alternativas".
Passei por uma avenida cheia deles e tenho até a impressão que aquela cópia pirata do filme "Os 2 filhos de Francisco" que o então presidente Lula assistiu no avião (pirataria aérea?) deve ter sido adquirida por ali.
Porém, o que mais me chamou atenção e me deixou admirado foi ouvir um deles apregoando:
_ Deputados, deputados! Aqui na minha mão é mais barato! Quem quer comprar deputado?
Eu não resisti, me aproximei e perguntei:
_ Mas esses deputados são originais?
O rapaz deu uma risadinha e respondeu:
_ Deputado original é a coisa difícil de encontrar, senhor. Deputado original não tem dinheiro que compra, não!
_ Então esses são todos piratas? - perguntei
_ Com certeza - respondeu ele - piratões autênticos.
Eu então quis saber:
_ Todos têm o mesmo preço?
_ A maioria sim - explicou ele - mas tem alguns que custam bem mais caro, porque são os mais cotados para chegarem a ministro.
Eu disse que iria pensar um pouco e que voltaria no dia seguinte se resolvesse comprar algum.
O rapaz deu uma gargalhada e explicou:
_ Se o senhor voltar amanhã não vai encontrar nenhum mais!
Eu admirei e perguntei:
_ Você acha que vai vender todos hoje?
E ele:
_ Não, senhor! É que amanhã é sexta-feira. Se o senhor quiser comprar algum, vai ter que esperar até terça-feira da semana que vem. E bem no finalzinho da tarde!
Eu agradeci e continuei o meu caminho. Não comprei nenhum, porque pensei bem e concluí:
_ Afinal, o que eu iria fazer com uma porcaria daquelas!