sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cigarro faz bem


Antes de tudo, quero dizer que sou fumante desde os 14 anos. Adquiri o vício (sim, sou um viciado) numa época em que o consumo era incentivado e não se falava sobre os riscos à saúde. Não vou entrar, aqui, na questão de que existem vários tipos de dependentes da nicotina, que a idade em que se inicia faz diferença na dificuldade de abandonar o vício e etc.
Sei que muita gente acha que para largar basta ter força de vontade.
Pois é: “malaguetus em orificium anales de outrem est supositórium”!
Mas o que eu quero salientar é que li a notícia de que para compensar as desonerações que foram feitas no programa Brasil Maior, com medidas para proteger a indústria nacional dos importados, o IPI do cigarro vai aumentar em 20%, em primeiro de dezembro, devendo chegar a um aumento de 55% até 2015. Com a mudança, o governo espera arrecadar mais R$ 4 bilhões em IPI nos próximos quatro anos.
Então vamos por partes, não como dizia Jack, o Estripador, mas como dizem os mais diversos partidos políticos, cada um querendo que sua “parte” seja maior.
Se o cigarro é produzido legalmente, pagando os devidos impostos e se os fumantes vão pagar a conta para proteger a indústria nacional, de um modo geral, não seria justo que fossem um pouco mais respeitados do que vêm sendo?
Concordo que ninguém é obrigado a respirar a fumaça do meu cigarro, mas não seria justo que eu tivesse um local determinado e preparado para que pudesse fumar?
Ao alimentar o meu vício não estou fazendo nada, absolutamente nada ilegal. Pago impostos, cada vez mais caros, e mesmo assim mereço ser descriminado como venho sendo? Meus direitos não deveriam ser respeitados?
A Receita, para dourar a pílula, também afirmou que o aumento do tributo visa reduzir o consumo de cigarros no país.
“Bull shit” (Bosta de touro ou balela), como diria o cowboy do Marlboro, porque se todos os fumantes resolvessem largar o cigarro de uma vez, os planos de arrecadação do Governo virariam fumaça e com certeza ele não quer isso.
A grande verdade é que pegaram o cigarro como válvula de escape, porque sabem que o fumante, que é dependente da nicotina, não vai deixar de comprar e, portanto, os R$ 4 bilhões de IPI são favas contadas.
Honestamente, eu não sei o que mais me faz mal, se o cigarro ou se a hipocrisia das autoridades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário